Na mira da PF

Abin paralela: PF confirma atuação de Bolsonaro e indicia Carlos e Ramagem   

Relatório final também inclui diretor-geral do órgão, Luiz Fernando, e outros investigados

Foto: Divulgação/Fellipe Sampaio/STF e Caio César/CMRJ
Foto: Divulgação/Fellipe Sampaio/STF e Caio César/CMRJ

A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) no inquérito que investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários e disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral.

No relatório final enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como integrante de organização criminosa. Segundo as investigações, ele tinha conhecimento do esquema e se beneficiava dele.

Apesar disso, o nome de Bolsonaro não aparece na lista de indiciados porque ele já responde pelo mesmo crime no inquérito sobre a tentativa de golpe.

As investigações da chamada “Abin paralela” começaram em 2023, após a imprensa revelar a compra de um sistema espião usado para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país.

Segundo a PF, Ramagem, então diretor da Abin, foi o responsável por estruturar o esquema de monitoramento clandestino contra autoridades e opositores.

Já Carlos Bolsonaro, segundo os investigadores, liderava o chamado gabinete do ódio, que utilizava os dados obtidos ilegalmente para promover ataques nas redes sociais.

Além de Carlos e Ramagem, o relatório final da polícia também aponta o indiciamento do atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, do chefe de gabinete Luiz Carlos Nóbrega e do corregedor-geral José Fernando Chuy, além de outros 28 investigados.

O que os principais indicados dizem

Tanto Ramagem quanto o ex-presidente não comentaram o indiciamento. Em ocasiões anteriores, ambos negaram a existência de estruturas paralelas na agência e a participação em espionagens ilegais.

Em uma publicação no X, Carlos Bolsonaro atribuiu o indiciamento a uma ação ligada à movimentação para a eleição de 2026 e disse não acreditar em coincidência:

“Alguém tinha alguma dúvida de que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência!”, escreveu.

>>> Siga o canal do PS Notícias no WhatsApp e receba as principais notícias da Bahia, do Brasil e do Mundo.