Comportamento

Imagem e estratégia: Especialista analisa o visual de Virgínia Fonseca na CPI das Bets

A consultora Gaby Linhares, que trabalha com imagem e estratégia há 5 anos, concedeu entrevista ao PS Notícias

Virginia na CPI
Foto: Reprodução/Agência Senado

Na última terça-feira (13), a influenciadora Virgínia Fonseca prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets. Conhecida por seu poder de comunicação e posicionamento nas redes sociais, Virgínia chamou a atenção não apenas pelas suas atitudes, mas também pela escolha de vestuário, que gerou análises nas redes entre especialistas.

A influenciadora também é reconhecida nas redes por seu visual elegante, composto por alfaiatarias e roupas de grife. No entanto, para o momento do depoimento, um espaço institucional de grande visibilidade, optou por um look completamente diferente: moletom com estampa do rosto da filha, calça jeans larga, tênis e óculos de grau.

A mudança foi interpretada por muitos como estratégica. Para especialistas em branding e imagem, a composição comunicou uma figura jovem, doce, até mesmo ingênua.

Linguagem poderosa e essencial

A consultora Gaby Linhares, que trabalha com imagem e estratégia há 5 anos, concedeu entrevista ao PS Notícias e falou sobre o tema. “A imagem é uma linguagem poderosa e essencial na comunicação de qualquer figura pública. Ela vai muito além da aparência. É um conjunto de sinais visuais que ajudam a contar uma história, transmitir valores, personalidade e posicionamento”, explica a analista.

Gaby explica que estratégias de imagem são sempre definidas a partir de uma intenção clara. “O visual mais ‘moleca’ que Virgínia adotou soou um tanto estranho, especialmente para quem não a acompanha de perto, porque contrasta bastante com a imagem de empresária e mãe poderosa que ela costuma assumir publicamente. Para mim, ficou claro que a intenção era mostrar um visual despretensioso, como quem diz: ‘Não tenho medo, nem nada a esconder”, avalia Gaby.

“Imagem é contexto. E nesse caso, o moletom com o rosto da filha parece funcionar como uma distração estratégica. Ao trazer a imagem da Maria Flor para uma situação tensa como uma CPI, Virgínia suaviza sua presença, desloca o foco da gravidade do momento e ativa o apelo emocional da maternidade. Algo como: ‘Olha que fofinha a Maria Flor'”, observa Gaby Linhares.

Debate

Essa dualidade provocou debate: seria essa estética despojada uma tentativa de suavizar a gravidade da ocasião? Ou apenas uma escolha pessoal sem maiores intenções? A internet se dividiu entre críticas e admiração pela habilidade de Virgínia em se conectar com seu público por meio da imagem.

“Esse look escolhido para a CPI traz, sim, questionamentos sobre a consciência de Virgínia em relação ao peso e à responsabilidade do momento. A CPI é um ambiente de seriedade extrema, onde cada detalhe importa, inclusive a postura visual”, afirma a consultora, ressaltando que uma análise profissional não se trata de um julgamento moral, mas de uma análise técnica.

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