Objetos inanimados

Projeto na Câmara de Salvador cria programa de saúde mental para mães e pais de bebês reborn

Vereadora também propôs a proibição de atendimento de bebês reborn nos serviços públicos do município

Foto: Mariju Baby/Reprodução/Flickr
Foto: Mariju Baby/Reprodução/Flickr

A vereadora Débora Santana (PDT) apresentou à Câmara de Salvador dois projetos de lei que tratam dos casos de bebês reborn. Um deles proíbe o atendimento das bonecas hiper-realistas nos serviços públicos do município. A outra proposta sugere a criação de um programa de saúde mental para pessoas que se consideram pais e mães de bebês reborn.

De acordo com o texto que prevê a proibição de atendimentos, estabelecimentos como hospitais públicos, clínicas, postos de saúde são responsáveis pela identificação dos bebês reborn, isto é, supostos pacientes que se tratam das bonecas artísticas hiper-realistas e que imitam todas as características físicas de uma criança real, como textura da pele, cabelo e até o peso. 

A vereadora alegou que a prática de levar bebês reborn a unidades de saúde, por exemplo, coloca em risco a vida de pessoas que realmente necessitam de atendimento emergencial.

Saúde mental

Em outra proposição, Débora Santana sugere a criação de um programa municipal que ofereça tratamento de saúde mental para pessoas que se apresentem como pais ou mães de bonecas hiper-realistas.

“A implementação deste programa se dará através de convênios, parceria com organizações não-governamentais, universidades e instituições de ensino públicas e privadas, órgãos governamentais e demais setores da sociedade civil, a fim de oferecer atendimento de saúde mental às pessoas que se consideram pais e mães de bebês reborn, prevenindo o adoecimento, a depressão e o suicídio”, argumentou a legisladora.

 Nesse sentido, diz um trecho do projeto, o acolhimento de pessoas deverá ocorrer com orientações e informações específicas dos perigos de se utilizar os bonecos reborn como uma fuga da realidade.

“Os protocolos do programa de que trata esta lei deverão ser desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, terapeutas e assistentes sociais, sem prejuízo de outros profissionais que se fizerem necessários à sua confecção, implementação e desenvolvimento qualificado”, indica outro trecho do projeto.  

Movimentação na Alba

Em meio à série de episódios envolvendo os bebês reborn nos últimos dias, propostas legislativas estão sendo apresentadas em diversas casas de leis. Na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), a primeira iniciativa nesse contexto partiu do deputado Diego Castro (PL).

Assim como a vereadora Débora Santana em Salvador, o parlamentar propôs a proibição de atendimentos a bebês reborn nas unidades públicas de saúde em toda a Bahia.

Segundo o parlamentar, o objetivo é impedir o uso de recursos públicos em procedimentos voltados a objetos inanimados, preservando a finalidade do sistema de saúde.

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