Após quase dez horas de julgamento no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, Diego Santos de Andrade foi condenado, nesta quarta-feira (9), a 56 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de feminicídio contra a companheira Raquel da Silva Almeida, de 34 anos, e tentativa de homicídio contra o enteado, de 13 anos. O crime ocorreu na madrugada de 24 de setembro de 2023, no bairro de Massaranduba.
Segundo as investigações, o casal teve uma discussão naquela noite. Raquel foi dormir, mas acabou sendo esfaqueada enquanto dormia. Ao acordar e presenciar a cena, o filho da vítima tentou socorrer a mãe, mas também foi atacado por Diego, que chegou a cortar a garganta do adolescente. O garoto fingiu-se de morto para sobreviver e foi encontrado com vida horas depois.
Após cometer o crime, o réu permaneceu na casa com o corpo da companheira e o adolescente ferido. Sem prestar socorro, chegou a dormir no local antes de fugir. No dia seguinte, ele avisou a irmã por mensagem que havia cometido uma “besteira” e que pretendia tirar a própria vida, se jogando de um viaduto próximo ao estádio do Barradão. Parentes conseguiram localizá-lo e impedir o suicídio. Em seguida, Diego Santos de Andrade fugiu para o interior do estado, sendo localizado dias depois no município de Laje.
A casa onde ocorreu o assassinato pertencia à família de Raquel da Silva Almeida, que frequentava uma igreja evangélica junto com o companheiro. Foi a partir de mensagens enviadas por Diego ao grupo da congregação que os familiares suspeitaram da tragédia e acionaram a polícia. O padrasto da vítima arrombou a porta da residência e encontrou a cena do crime.
Julgamento
Durante o julgamento, o promotor Davi Galo conduziu o interrogatório do réu, que confessou ter matado a companheira e atacado o enteado. Diego alegou que a motivação foi uma discussão do casal. Para a família da vítima, no entanto, o feminicídio foi resultado de um histórico de maus-tratos. Com a condenação, Diego Santos de Andrade deverá cumprir a pena em regime fechado.
“Ele tinha ciúmes de tudo, até do próprio filho dela. Era um sentimento doentio. A gente sabia que minha sobrinha não era feliz com ele. Esse menino (enteado) sofria demais na mão daquele homem”, relatou Edna Moreira, tia de Raquel, em entrevista à TV Bahia.