Crime bárbaro

PMs e guarda civil são presos suspeitos de estuprar mulher ao lado do filho, dentro de delegacia

Homens foram acusados de estupro de vulnerável, estupro qualificado e tortura

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Três policiais militares e um guarda civil municipal foram presos neste sábado (26) suspeitos de estuprar uma mulher indígena da etnia kokama enquanto ela estava presa na delegacia de Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas.

A jovem, de 29 anos, teria sido vítima de crime sexual ao lado do filho recém-nascido, que amamentava enquanto estava presa. A mulher ainda teria ficado presa ao lado de homens, em um espaço improvisado, até seguir para transferência para Manaus.

De acordo com o MP, a mulher relatou que os estupros ocorriam de forma recorrente, durante à noite e em diversas vezes eram coletivos.

Em depoimento na sexta-feira (25), a vítima confirmou os abusos e também relatou atos de humilhação, tortura e intimidação. Disse ainda que, depois de transferida para a cadeia pública feminina da capital do Amazonas, policiais militares foram até a casa de sua mãe, em Santo Antônio do Içá, para fazer ameaças, com o objetivo de silenciar a vítima e a família.

Os policiais e o guarda civil são suspeitos de estupro de vulnerável, estupro qualificado e tortura. Outros dois agentes de segurança ainda devem se entregar por envolvimento com o crime, segundo o Ministério Público Estadual.

Segundo o site Samaúma, os crimes teriam acontecido entre novembro de 2022 e agosto de 2023. A denúncia chegou à Defensoria Pública do Amazonas no dia 28 de agosto de 2023, um dia após a transferência da vítima para a unidade prisional feminina de Manaus.

Os policiais prenderam a mulher em novembro de 2022, condenada a 16 anos e sete meses de prisão por envolvimento no assassinato de uma adolescente, crime ocorrido em 2018.

Consequências para PMs e guarda civil

O Ministério Público pediu afastamento das funções públicas dos envolvidos e a suspensão do porte de arma deles. Já a Polícia Militar do Amazonas informou que vai indiciar os PMs. Os policiais respondem também a um procedimento administrativo disciplinar (PAD) que pode ter como consequência a expulsão.

A prisão dos PMs e do guarda civil aconteceram menos de 24 horas após pedido feito pelo MP. Os mandados de prisão preventiva se cumpriram em três cidades: Manaus, Tabatinga e Santo Antônio do Içá. A prisão dos militares ocorreu em cada município, e o do guarda civil, em Santo Antônio do Içá.