A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem enfrenta forte rejeição nas redes sociais. É o que mostra o levantamento do instituto Quaest divulgado neste sábado (20).
De acordo com a pesquisa, 83% das menções sobre o tema foram negativas, com pico de interações às 19h do dia 16 de setembro.
O volume médio foi de 24 mil menções por hora, inferior ao registrado no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), mas superior ao observado na disputa sobre o aumento do IOF entre junho e julho.
Quase metade das críticas (46%) menciona diretamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e a própria Casa legislativa.
Parlamentares e influenciadores alinhados à esquerda têm liderado a rejeição, utilizando hashtags como #CONGRESSOINIMIGODOPOVO, postagens da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e vídeos de sátira gerados por inteligência artificial envolvendo Hugo Motta e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
As manifestações contra a PEC também se estendem a protestos marcados para este domingo (21), que concentraram 40% das menções, sendo 12% voltadas à mobilização de artistas e personalidades públicas.
Cerca de 15% das publicações relacionam a proposta a outros episódios políticos, como a discussão sobre anistia e o julgamento de Bolsonaro.
Grupo de mensagens
O monitoramento em grupos públicos de WhatsApp, Telegram e Discord mostrou diferenças de engajamento entre campos políticos.
Em grupos de esquerda, a PEC representou até 11% das mensagens no dia 18 de setembro, enquanto em grupos de direita teve apenas 2%. Nesses ambientes, o foco maior foi a mobilização da militância (27%), apoio a Bolsonaro (22%) e críticas ao STF (12%).
O levantamento foi realizado entre 16 e 19 de setembro e contabilizou 2,3 milhões de menções, com alcance médio de 44 milhões de perfis por hora.