
O policial militar Diego Kollucha Santos Vasconcelos deixou o banco dos réus absolvido pelo júri popular, um ano e meio após ser apontado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) como suspeito da morte da gerente de supermercado Juliana de Jesus Ribeiro.
O julgamento ocorreu na quinta-feira (4), no Tribunal do Júri de Santo Amaro, no Recôncavo baiano, e culminou na determinação da imediata soltura do militar, preso desde 2024.
A decisão dos jurados se baseou na falta de provas conclusivas que ligassem Kollucha à execução da gerente. Para o conselho de sentença, os elementos apresentados na denúncia, entre eles geolocalização, suposto uso de um carro com placa adulterada e o apreendimento de roupas semelhantes às usadas pelo atirador, não foram suficientes para firmar a autoria do crime.
Os jurados também rejeitaram a tese de que o PM teria utilizado o veículo adulterado apontado pelo MP.
Com o veredito, o juiz Abraão Barreto Cordeiro declarou a absolvição do militar e determinou sua libertação.
O caso
A morte de Juliana de Jesus Ribeiro ocorreu em maio de 2023, em Saubara, quando ela fechava o mercado onde trabalhava. As câmeras de segurança registraram o momento em que a gerente foi surpreendida por dois homens armados, rendida e executada pelas costas, sem possibilidade de defesa.
Laudos periciais apontam que Juliana foi atingida por vários disparos à queima-roupa, que alcançaram cabeça, rosto, tórax, abdômen e braços.
Segundo a denúncia do MP-BA, Kollucha teria monitorado a rotina da vítima por quase duas semanas antes do crime, repetindo trajetos e ações semelhantes às realizadas no dia da execução.
O Ministério Público também sustentou que o soldado adulterou as placas do carro utilizado na ação para dificultar a investigação. As suspeitas levaram à decretação da prisão do policial, que chegou a fugir do Batalhão da PM em Lauro de Freitas, em 27 de março de 2024. Dois dias depois, ele foi recapturado em Feira de Santana.
A motivação do crime e a autoria permanecem desconhecidas.


