

As críticas ao antigo advogado geral da União eram variadas. Ele não teria conseguido se firmar no cargo, sendo alvo de inúmeras reclamações dentro da própria AGU — muitas delas chegavam ao planalto. Além disso, enfrentava dificuldades para dialogar com os ministros do Supremo Tribunal Federal.
Uma das primeiras críticas a Osório foi o fato de ele ter sugerido estratégias que se revelaram ineficientes e equivocadas no caso da substituição do presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Ricardo Melo, no início da interinidade do presidente Temer, o que gerou uma série de problemas ao governo na estatal. Tais questões estão, aparentemente, resolvidas com a suspensão da liminar concedida pelo ministro Dias Toffoli, do STF, permitindo que Melo se mantivesse à frente da presidência da empresa.
Pouco depois, desagradou também ao Planalto a iniciativa de Osório de investigar a atuação de seu antecessor, José Eduardo Cardozo, criando mais uma frente de atrito. Além disso, ele teria “atropelado” seu padrinho, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, marcando uma “reunião de emergência” com Temer para despachar assuntos de rotina.
Ontem, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, um interlocutor do presidente da República havia dito não ser possível deixar um cargo tão estratégico para o governo em situação delicada. Quem avisou Osório de que ele seria trocado não foi o presidente da República, mas Padilha, em uma dura conversa nesta quinta-feira.
Oficialmente, o Planalto não deu detalhes dos motivos que levaram à mudança, que resultou na primeira mulher advogada-geral da União. Apesar desta movimentação para a saída de Osório da AGU, a reforma ministerial que Temer pretende fazer não deverá ser ampla, apenas pontual.
Fonte: Revista Isto É


