Um idoso, de 61 anos, foi resgatado na manhã desta segunda-feira (4) após passar mais de 30 horas trancado no porta-malas de um carro roubado, em Mirantes de Periperi, no subúrbio ferroviário de Salvador. A vítima foi sequestrada por volta das 20h de sábado (3), enquanto trabalhava no bairro de Itapuã.
Em entrevista à Record Bahia, a vítima relatou que foi abordado por cerca de sete homens armados, agredido e levado para um matagal, onde sofreu ameaças de morte e foi forçado a fazer transferências bancárias que ultrapassaram R$ 30 mil.
“Eu estava algemado no porta-malas. Me levaram para o matagal e disseram que iam fazer muitas coisas comigo. Só não fizeram porque Deus não permitiu”, contou o idoso durante o resgate feito por policiais da 18ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).
Segundo a Polícia Militar, as guarnições da 18ª CIPM foram acionadas ainda na noite do rapto, com a informação de que um veículo usado na ação criminosa havia sido abandonado na Rua Ambrosina Arruda, na localidade conhecida como Baixada de Mirantes. Ao chegarem ao local, os policiais surpreenderam um grupo de homens tentando incendiar o carro. Os suspeitos fugiram para uma área de mata e não foram localizados.
As buscas continuaram durante a madrugada, até que, no início da manhã desta segunda-feira, os militares encontraram o idoso trancado no porta-malas de um segundo veículo, também abandonado na Baixada de Mirantes. A vítima apresentava sinais de desorientação e estava sob forte abalo emocional.
Sequestro
De acordo com o relato do idoso, os criminosos o mantiveram preso e sob ameaças constantes. Ele afirmou que os criminosos já estavam o monitorando há cerca de dois meses, com informações sobre seus endereços de trabalho e residencial. “Disseram que se eu não fizesse os PIX, iam me matar. Foi muito desespero. Nunca tinha passado por uma situação dessas.”
Durante o cativeiro, ele sofreu agressões físicas, principalmente na cabeça e nos braços. “Me deram muita coronhada. Eu pedi para não fazerem isso, disse que era pai de família. Mesmo assim, me bateram e depois me colocaram de novo na mala.”
Investigação
Após o resgate, ele foi encaminhado para a sede da Polinter e, em seguida, será submetido a avaliação médica. Segundo a PM, os criminosos conseguiram fugir antes da chegada dos policiais, mas as buscas pelos suspeitos continuam. A Polícia Civil investiga o caso como sequestro mediante extorsão, com agravantes por tortura e cárcere privado.