Um homem de 40 anos, identificado como Ivonei de Assis da Cruz, morreu na última sexta-feira (1º) após uma ação policial no bairro do Curuzu, em Salvador. Ele era líder comunitário, músico, produtor cultural e presidente de uma associação filantrópica.
De acordo com relatos de moradores à TV Bahia, Ivonei não tinha qualquer envolvimento com a criminalidade, mas a Polícia Militar, por sua vez, afirma que ele e outros dois homens foram mortos após trocarem tiros com policiais.
Revoltados com a morte e a acusação, moradores realizaram um protesto com pneus queimados na Estrada da Liberdade no domingo (3). Amigos e familiares de Ivonei contam que ele voltava de uma apresentação de sua banda, a Curuzu City, quando foi abordado pelos policiais.
Em entrevista à TV Bahia, a advogada Aline Silva, amiga da vítima, comentou que Ivonei era uma pessoa do bem, apaixonada pelo seu bairro. Ela disse que ele não costumava chegar tarde em casa. “Ele comprou um pastel e ao entrar na rua que morava, foi surpreendido pela polícia”, contou.
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A advogada ainda relatou que Ivonei de Assis da Cruz teria dito aos policiais que era morador e não tinha envolvimento com a criminalidade, mas mesmo assim, foi alvejado na cabeça por quatro tiros.
Um amigo de Ivonei, que não quis se identificar por medo, reforçou à equipe de reportagem que o líder comunitário era o idealizador da banda Curuzu City, um grupo junino que desfila na Liberdade há mais de uma década. “Foi um erro da Polícia Militar”, afirmou.
O corpo de Ivonei foi sepultado no domingo (3) no Cemitério Quinta dos Lázaros. Em nota, a PM informou que as mortes serão investigadas pela corregedoria da corporação. A PM afirmou que, durante a ação, foram apreendidos três revólveres, 267 pinos de cocaína, 60 frascos de crack e uma quantia em dinheiro, e que todo o material foi encaminhado à Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.
