Economia

"Medida injustificada", diz Fecomércio-BA sobre taxação dos EUA

A entidade afirma que "acompanha com preocupação os desdobramentos do anúncio"

Fecomércio
Foto: Divulgação / Fecomércio-BA

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), se pronunciou, nesta terça-feira (15), sobre o anúncio do Governo Norte-Americano quanto à aplicação de uma taxação adicional de 50% sobre as importações originadas do Brasil, com início previsto para o próximo dia 1º de agosto.

A entidade disse em nota que “acompanha com preocupação os desdobramentos do anúncio”, principalmente por se tratar de uma medida de grande relevância, com potencial para impactar de forma significativa as relações comerciais entre os dois países.

Disse ainda que a medida representa, na avaliação da Fecomércio, uma perda para ambos os lados, afetando especialmente o comércio e os consumidores.

“Do ponto de vista econômico, a medida revela-se incompreensível, considerando o histórico de desequilíbrio nas relações de troca, tradicionalmente favoráveis aos Estados Unidos, que exportam mais ao Brasil do que importam. Essa distorção de fundamentos cria entraves às negociações, uma vez que não se observa uma condição clara a ser debatida numa mesa de negócios”, comenta o consultor econômico do Sistema Comércio BA, Guilherme Dietze.

Foto: Divulgação / Fecomércio-BA

Segundo a instituição, a taxação evidencia a influência de motivações ideológicas sobre essa disputa, em detrimento da racionalidade econômica.

“É um equívoco permitir que interesses ideológicos se sobreponham às relações econômicas, sobretudo diante de um histórico de cooperação sólida e respeitosa entre os dois países. Caso a taxação adicional seja efetivada, produtos brasileiros — em especial commodities — poderão perder competitividade no mercado norte-americano. Isso poderá acarretar desinvestimentos e demissões em diversas regiões do país, incluindo a Bahia”, declara o presidente do Sistema Comércio BA, Kelsor Fernandes.

Prejuízos para a Bahia

A entidade destacou que a Bahia deverá sofrer impactos diretos nas exportações de cacau, derivados de petróleo e pneus — produtos que compõem parcela expressiva da pauta comercial baiana.

Além disso, a análise feita pela Fecomércio indica que os efeitos da medida se estenderão a médio e longo prazo, pressionando preços e afetando toda a cadeia econômica, com consequente redução de renda e do poder de compra da população.

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A instituição disse que “ainda há tempo, até o início de agosto, para que a diplomacia e os representantes comerciais de ambos os países busquem uma solução pragmática, desprovida de ideologias” e que “espera que o bom-senso prevaleça e que a proposta de taxação seja revista, como resultado de um esforço diplomático assertivo por parte do Brasil”.

A nota emitida pela entidade relembra ainda os impactos diretos e indiretos da medida para as micro, pequenas e médias empresas do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia e chama de “medida injustificada”, o anúncio feito pelos presidente dos Estados Unidos.

A representante dos comércio baiano finaliza o comunicado afirmando que não há “respaldo técnico ou econômico que justifique tal penalização [ao Brasil]”.