
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a intimação do policial federal baiano Wladimir Matos Soares para que providencie nova defesa no caso em que é acusado de tentativa de golpe de Estado. A decisão de Moraes ocorre depois que os dois advogados que representavam o policial federal informaram a renúncia do caso por motivo de “foro íntimo”.
Ramón Mas Gomez Junior e Luiz Carlos Magalhães, ambos vinculados à OAB em Pernambuco, pediram que seus nomes fossem excluídos das futuras publicações referentes ao processo, não se responsabilizando mais pela defesa técnicas de Wladimir Soares.
O policial federal está preso desde novembro de 2024 por suposto envolvimento no caso da tentativa de golpe de Estado.
Informações sensíveis
De acordo com o relatório da Polícia Federal, o agente teria repassado “informações sensíveis” sobre a estrutura de segurança do então presidente eleito Lula para o núcleo que planejava o golpe de estado e, inclusive, cogitavam a morte do petista, de Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
No documento, a PF reforçou que Wladimir Matos Soares “atuou como elemento auxiliar do núcleo vinculado à tentativa de golpe de Estado”.
“O contexto dos atos praticados por Wladimir Matos Soares se mostra de elevada relevância, notadamente ao se considerar que os planejamentos antidemocráticos no período envolviam, até mesmo, um plano de execução contra autoridades, entre as quais o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva”, diz um trecho do relatório.
Ainda segundo a PF, o agente baiano encaminhou mensagens para Sérgio Rocha Cordeiro, assessor direto do então presidente Jair Bolsonaro e que mantinha ligações com pessoas integrantes do grupo que planejava a tentativa do golpe.
Envenenamento
De acordo com o trecho do relatório relacionado ao agente baiano, o plano para matar Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes envolvia a tentativa de envenenamento para causar colapso orgânico.
“Os elementos de prova revelam que o agente de Polícia Federal Wladimir Soares atuou em unidade de desígnios com a organização criminosa, que tentou consumar um golpe de Estado, fornecendo informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o decreto de golpe de Estado fosse assinado, especialmente relacionadas ao então candidato eleito Luís Inácio Lula da Silva. No caso, conforme exposto, o planejamento operacional denominado ‘Punhal verde amarelo’ tinha como uma das possibilidades assassinar o então candidato eleito Lula por envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”.
O relatório da Polícia Federal embasou a denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal, onde Wladimir se tornou réu.
‘Matar meio mundo’
O caso de Wladimir Matos Soares ganhou contornos dramáticos depois que a Polícia Federal obteve áudios em que ele aparece falando que ia “matar meio mundo de gente” e “tinha que cortar a cabeça do Alexandre de Moraes”.
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