O delegado Ricardo Amorim, titular da Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin), comentou a condução da influenciadora Priscila Ruas Pedreira, de 35 anos, à delegacia após ser acusada de furtar uma bolsa em uma loja.
Imagens mostram um policial militar conduzindo Priscila para fora do estabelecimento, com uma bolsa sobre a cabeça. A abordagem “tranquila” da PM chamou atenção nas redes sociais.
Amorim afirmou que a condução não segue o padrão comum, mas negou qualquer orientação da Secretaria de Segurança Pública da Bahia para diferenciar abordagens com base na cor da pele.
“A sociedade tem um viés racista. Quando a sociedade é racista, todos são. Às vezes, o policial teme as repercussões e a corregedoria quando está sendo filmado. Não há nenhuma orientação oficial para tratamento diferenciado. Quando vi a cena, achei absurda. Já atendi muitos casos de furto, e geralmente a abordagem não é assim”, disse.
O delegado também relatou um episódio semelhante:
“Uma vez, uma mulher negra chegou algemada — o que é comum. Depois, uma mulher branca foi conduzida e os policiais demonstraram preocupação com o bem-estar dela. A associação entre cleptomania e pessoas brancas é quase automática. Com pessoas pretas, isso não acontece”, afirmou.