A líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador (CMS), vereadora Aladilce Souza (PCdoB), solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) uma investigação “urgente e rigorosa” diante de denúncias de desvio de função de adolescentes do programa Jovem Aprendiz em escolas da rede municipal.
O pedido foi feito após a educadora e influenciadora digital Bárbara Carine relatar nas redes sociais casos de jovens negros que estariam sendo contratados como aprendizes, mas executando atividades típicas de auxiliares de serviços gerais (ASG).
“Não é possível ignorar o impacto dessa medida na autoestima de jovens em formação, mais de 90% deles afrodescendentes de famílias de baixo poder aquisitivo. Além de desmotivar, o trabalho braçal certamente mina esforços para a continuidade da qualificação profissional”, afirmou a vereadora.
Aladilce também cobrou do secretário municipal da Educação, Tiago Dantas, que fiscalize os contratos firmados pela pasta e apure a suposta irregularidade, que, segundo ela, apresenta “nítidos traços de racismo e aporofobia”.
O programa Jovem Aprendiz tem como objetivo oferecer a primeira experiência profissional a adolescentes, muitas vezes na mesma escola onde estudaram. Para Aladilce, a natureza educacional da iniciativa deve ser preservada.
“Os aprendizes precisam ser alocados em funções ligadas ao ensino, como magistério, secretaria, gestão, coordenação ou atendimento educacional especializado, e não em atividades braçais”, concluiu.