
A bancada de oposição na Câmara de Salvador emitiu uma nota em que culpa o prefeito Bruno Reis (UB) pelo tumulto ocorrido nesta quinta-feira (22). Servidores públicos municipais invadiram o Centro de Cultura da Casa durante sessão extraordinária em que foi votado o projeto de lei do Executivo que prevê reajuste salarial da categoria.
Segundo os vereadores oposicionistas, Bruno Reis suspendeu as negociações com os servidores e decidiu enviar o projeto à Câmara. Os funcionários públicos não concordaram com o texto elaborado e enviado ao Legislativo.
“Repudiamos a forma como a Prefeitura de Salvador desprezou a mesa de diálogo com professores e suspendeu as negociações com o Sindicato dos Servidores da Prefeitura (Sindseps), encaminhando à Câmara Municipal um projeto que ignora os apelos das categorias e desrespeita os vereadores”, diz um trecho do comunicado publicado pela bancada.
A atitude do gestor soteropolitano, aponta a bancada de oposição, resultou na confusão generalizada na Praça Municipal.
“Essa atitude do prefeito Bruno Reis custou caro, resultando na tumultuada sessão do dia 22 de maio. Presenciamos cenas injustificadas de agressão a colegas vereadores e funcionários da Câmara. Compreendemos a indignação dos manifestantes, mas não podemos admitir agressões físicas contra nenhuma das partes”, afirma o grupo oposicionista.
Confira a seguir a nota da bancada de oposição na Câmara de Salvador:
Nota da Bancada de Oposição da Câmara Municipal de Salvador
Nossa bancada sempre defendeu e seguirá defendendo o diálogo, tentando construir pontes com o poder municipal para buscar soluções às demandas da população.
Por isso, repudiamos a forma como a Prefeitura de Salvador desprezou a mesa de diálogo com professores e suspendeu as negociações com o Sindicato dos Servidores da Prefeitura (Sindseps), encaminhando à Câmara Municipal um projeto que ignora os apelos das categorias e desrespeita os vereadores.
Essa atitude do prefeito Bruno Reis custou caro, resultando na tumultuada sessão do dia 22 de maio. Presenciamos cenas injustificadas de agressão a colegas vereadores e funcionários da Câmara. Compreendemos a indignação dos manifestantes, mas não podemos admitir agressões físicas contra nenhuma das partes. Da mesma forma que valorizamos o direito à manifestação e repudiamos repressões violentas, também defendemos a integridade física dos vereadores e funcionários da Câmara.
Vale ressaltar que o caso de agressão foi isolado e não representa a postura dos manifestantes. Inclusive, denunciamos a presença de pessoas infiltradas no plenário, que agrediram verbalmente vereadoras, o que revela uma tentativa premeditada de desestabilizar o movimento.
Infelizmente, essa situação chegou a esse ponto devido à atitude do prefeito Bruno Reis, que vem descumprindo leis e acordos salariais. O prefeito se negou a dialogar com as categorias e com os vereadores, transferindo sua responsabilidade para a Câmara e aumentando as tensões.
Ao apresentar um projeto em desacordo com os servidores e criar manobras para a sua aprovação, o prefeito aumentou a revolta de professores e demais servidores que já não aguentam mais tanto desrespeito e violências vindas da prefeitura.
Nossa bancada defendeu o adiamento da sessão e retomada da mesa de negociação entre servidores e prefeitura e, deste modo, optamos por nos abster da votação que foi realizada em uma sala reservada. Seguiremos coerentes na busca por diálogo, repudiando a violência cometida por quem quer que seja e cobrando da prefeitura a valorização e o respeito que os servidores do município de Salvador merecem.
Aladilce Souza (PCdoB)
David Rios (MDB)
Eliete Paraguassu (PSOL)
Felipe Santana (PSD)
Hamilton Assis (PSOL)
Hélio Ferreira (PCdoB)
João Cláudio Bacelar (Podemos)
Marta Rodrigues (PT)
Randerson Leal (Podemos)
Sílvio Humberto (PSB)