Pedido urgente

MP-BA pede rejeição de PEC de Rosemberg Pinto que limita participação popular no planejamento urbano

Em recomendação, órgão classificada proposta como “grave retrocesso”

Foto: Ascom/Alba
Foto: Ascom/Alba

O Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio da 1ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo de Salvador, encaminhou à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) uma recomendação para que os deputados não subscrevam nem aprovem uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera o artigo 64 da Constituição Estadual.

Segundo o órgão, a proposta apresentada pelo deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), líder do governo na Casa, representa um “grave retrocesso” ao restringir a gestão democrática das cidades.

O texto da PEC torna obrigatória a participação popular apenas na elaboração e revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), deixando-a facultativa em projetos de lei que alterem as normas da Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos). 

Para a promotoria, a mudança “esvaziaria um direito já assegurado”, criando “grave insegurança jurídica e institucional”.

O MP-BA argumenta que as regras de uso e ocupação do solo são tecnicamente indissociáveis das diretrizes do PDDU, pois funcionam como instrumentos de execução do planejamento urbano. 

“Portanto, esvaziar a participação popular na regulamentação de tais instrumentos contradiz a própria exigência de participação na elaboração do plano macro”, afirma o documento.

Diante da gravidade do caso, o MP-BA recomenda que os deputados rejeitem a PEC e, especificamente, que o deputado Rosemberg Pinto promova o arquivamento da proposta. 

O prazo para que os parlamentares analisem a recomendação e se manifestem sobre as medidas solicitadas é de 10 dias.