
Cerca de 51 blocos e entidades culturais tradicionais podem ficar de fora do Carnaval de Salvador, segundo o resultado do edital Ouro Negro 2026 divulgado pela Secretaria de Cultura da Bahia.
A situação ocorreu porque a Comissão de Seleção deixou de aplicar o remanejamento de faixas, procedimento previsto no edital e utilizado nos últimos três anos.
A mudança altera a distribuição dos recursos e ameaça a participação de grupos históricos na festa, como Bloco da Saudade, Apaches do Tororó, Ara Ketu, Muzenza, Bankoma, Amor & Paixão, Arrastão do Samba, Filhos de Nanã, Pagode Total, Mundo Negro e Dandara.
O advogado Caio Rocha, responsável pela elaboração de mais de 30 projetos inscritos, ingressou com um pedido formal de revisão e solicitou uma reunião urgente com a Secretaria de Cultura da Bahia.
Segundo ele, a mudança inesperada no procedimento foi feita sem aviso prévio às entidades, gerou impactos graves e contrariou expectativas legítimas construídas ao longo dos últimos anos.
O que diz o governo?
Em recente declaração à imprensa, o secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, afirmou que o crescimento do programa e a alta demanda tornam impossível contemplar todas as inscrições, ainda que muitos grupos sejam reconhecidos pela importância cultural.
Apesar disso, ele reforçou que o Ouro Negro segue sendo o maior programa de valorização da cultura identitária da Bahia.


