Congresso Nacional

Senador baiano ironiza escolha de relator do PL da Anistia e é acusado de preconceito

Paulinho da Força (SD) vai relatar o projeto de lei que prevê anistia para os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023

Deputado Paulinho da Força. Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
Deputado Paulinho da Força. Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

O senador baiano Otto Alencar (PSD), presidente da Comissão de Constituição e Justiça no Senado, ironizou a escolha do deputado Paulinho da Força (SD) para relatar o projeto de lei que prevê anistia para os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Otto foi um dos principais atores no Senado para enterrar a PEC da Blindagem e, agora, é um dos críticos do PL da Anistia.

Em entrevista à colunista Daniela Lima, do portal Uol, Otto Alencar falou da escolha de Paulinho da Força para relatar o texto na Câmara dos Deputados.

“Escolheram, aparentemente, o maior conhecedor das letras jurídicas na Casa, não é mesmo? PhD em Direito Penal e Processual…Notório saber jurídico, conhecedor das causas legais e da Constituição”, provoca o pessedista.

Reação

Após a declaração de Otto Alencar vir a público, o deputado Paulinho da Força fez uma postagem nas redes sociais e acusou o senador baiano de preconceito.

“Num momento em que o Brasil precisa de união, diálogo e equilíbrio, um senador da Bahia escolheu o pior caminho: o preconceito. Ao atacar minha origem, atacou a história de milhões de brasileiros que vieram de baixo e venceram com trabalho”, disse o parlamentar.

O deputado disse que é metalúrgico “com orgulho”. “Vim da roça, do chão de fábrica, da vida real. Não tenho PhD em Direito Penal, mas tenho PhD em povo. Porque é do povo que eu vim, e é com ele que sigo. E é o povo que represento no Congresso Nacional”, desabafou.

O legislador também disse que será relator de um projeto que pode pacificar o país e que está cercado dos maiores juristas do Brasil para construir um relatório técnico.

“O Brasil precisa avançar. Esse tipo de preconceito não ajuda. Mas também não me intimida. Vamos seguir dialogando e somando forças para pacificar o Brasil”, disse Paulinho da Força.