Conclave

Com grande 'influência' de Francisco, saiba de onde são os 135 cardeais que vão eleger novo papa

Atual colegiado que vai eleger o novo papa é mais "diverso" do qual Francisco foi eleito em 2013

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Tânia Rego/Agência Brasil

A escolha do sucessor do papa Francisco é, antes de tudo, uma decisão política, embora siga ritos religiosos e seja definida por uma eleição entre um seleto grupo de cardeais que, segundo a doutrina católica, agem sob inspiração divina.

Para que o novo pontífice seja anunciado, conforme a BBC Brasil, os diferentes grupos de cardeais que formam o conclave precisam firmar alianças e costurar acordos. A disputa se desenrola na Capela Sistina, onde os 135 cardeais eleitores — aqueles com até 80 anos — darão início às sessões secretas de votação. Antes mesmo do início formal, convergências e rivalidades já estarão em curso, moldadas por encontros prévios, conversas informais e articulações que, em muitos casos, atravessaram meses.

O Processo de eleição do sucessor de Francisco

A reunião deve começar entre os dias 6 e 11 de maio. No conclave, a eleição só ocorre quando um candidato alcança dois terços dos votos. Entre uma votação e outra, há momentos reservados para reflexões e debates, nos quais os cardeais — também chamados de purpurados, em referência ao vermelho de suas vestes — podem defender seus posicionamentos.

Dentre os eleitores atuais, 108 foram nomeados por Francisco. À primeira vista, isso indicaria uma força majoritária do “partido de Francisco”. Mas especialistas discordam que tal bloco exista de maneira coesa. Muitos dos cardeais indicados pelo pontífice não seguem estritamente sua linha, e há quem rejeite a leitura de que o processo seja conduzido apenas por interesses políticos.

O cenário também é mais complexo porque Francisco não deixou um sucessor natural. Embora nomes como o italiano Matteo Maria Zuppi e o filipino Luis Antonio Tagle sejam considerados próximos a seu pensamento, a comparação com sucessões anteriores — como a de Bento XVI, que já era visto como herdeiro de João Paulo II — mostra uma situação menos definida.

Possíveis Cenários e Impacto na Igreja

Analistas apontam ainda que, mesmo sendo minoria, os opositores podem se articular caso um nome de perfil mais tradicionalista ganhe força nas primeiras rodadas de votação. Nesse caso, o novo papa poderia representar uma guinada conservadora na Igreja.

O perfil dos cardeais também reflete a diversidade geográfica do catolicismo atual. A média de idade é de 70,4 anos. Do total, 13,34% vêm de 17 países africanos, 39,26% de 18 países europeus, 17,03% de 17 países asiáticos, 27,4% de 15 países americanos e 2,97% de quatro países da Oceania.