O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que o governo federal não foi omisso no caso das fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), pois tomou diversas medidas contra fraudes em descontos de benefícios de pensão e aposentadoria.
Por outro lado, disse ter certeza de que o caso tem “safadeza de muita gente”. “Muitas instituições abusaram e devem pagar por isso. Os beneficiários têm que ser restituídos. Mas não pode generalizar, senão a gente instaura um tribunal de inquisição”, afirmou Lupi, em entrevista à Folha.
Segundo ele, o caso é uma herança de governos anteriores, uma vez que a maior parte dos acordos que permitiam os descontos foi feita antes de 2023.
Questionado se teria deixado de tomar providências após ter sido alertado da situação, em junho de 2023, ele se defendeu, dizendo demitiu o diretor de Benefícios, André Fidelis, no ano seguinte, ao ser informado que uma auditoria sobre o tema não avançava.
“O processo de investigação não tem nada contra mim […] Era uma disputa de espaço, e [fizeram um] questionamento dizendo que tinha que investigar. Claro que tinha que investigar, e eu sugeri incluir na pauta em outra reunião”, contou.
“Desde aquele momento, a diretoria responsável pela área [diretoria de Benefícios do INSS] começou a apurar o caso. O tempo foi passando, e o diretor [André Fidelis] não apresentava nenhum relatório. Até julho de 2024, nada tinha andado, e eu demiti ele. Coloquei o Vanderlei [Barbosa], e em três meses ele apresentou, mostrando erros e falhas que existiam, mas vinham de uma herança”, completou.
INSS: Governo suspende descontos em aposentadorias e diz que dinheiro será devolvido
Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não terão mais descontos automáticos para entidades da sociedade civil, mesmo que tenham autorizado a retirada, disse nesta quinta-feira (24) o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho. Segundo ele, a devolução dos valores descontados neste mês ocorrerá na próxima folha de pagamento.
“Os recursos descontados dos aposentados que iriam para as associações em maio já não vão para as associações. Esses recursos vão ser retidos e, na próxima folha de pagamento, serão restituídos aos aposentados. Então, já dá para dizer, com muita clareza, que, a partir de agora, nenhum aposentado será descontado da sua folha de pagamento”, disse Carvalho em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
Na quarta-feira (23), o governo havia suspendido todos os convênios com as entidades – associações, sindicatos e confederações – que descontavam automaticamente parte dos benefícios do INSS para financiar serviços. No entanto, não estava claro o que aconteceria com os valores descontados dos benefícios de maio, que estão sendo pagos a partir desta quinta-feira (24) até 8 de maio.