A declaração do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), feita durante um evento no município de América Dourado na última sexta-feira (2), gerou reações por parte de deputados do PL no estado que fazem parte da base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em vídeo que circula nas redes sociais (veja abaixo), o petista afirmou que o liberal e seus eleitores deveriam “pagar a conta” e serem “mandados para a vala com enchedeira”, o que provocou reações por parte dos parlamentares.
O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) classificou a fala como “uma ameaça” e um “crime”, prometendo ações judiciais contra o governador.
“É inacreditável, mas é isso mesmo que vocês estão ouvindo. O governador da Bahia sugeriu levar bolsonaristas, assim como o presidente Bolsonaro, para a vala. Isso não é só uma ameaça, é um crime!”, escreveu o parlamentar em publicação nas redes sociais.
Já o deputado Diego Castro (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia (Al-ba), apresentou uma denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusando Jerônimo Rodrigues de “extrapolar os limites da liberdade de expressão” e de promover incitação ao ódio político.
“Repudiamos com veemência qualquer declaração que incite ódio, violência ou desrespeito à vida de quem pensa diferente”, declarou Castro. “O governador da Bahia sugerir ‘mandar para vala com enchedeira os eleitores de Bolsonaro’ é gravíssimo e inadmissível.”
Repercussão da Declaração
Segundo o parlamentar, o governador estaria usando a estrutura do Estado para atacar opositores políticos, numa conduta que, ainda de acordo com ele, fere os princípios da impessoalidade e neutralidade administrativa.
O membro do Al-ba ainda pediu que o inquérito das fake news, atualmente em tramitação no STF, seja ampliado para alcançar “agentes públicos de qualquer espectro político”.
“O governador tem feito uso político do cargo para atacar figuras públicas de direita, contribuindo para um ambiente de desinformação”, afirmou. “Não pode haver dois pesos e duas medidas: é preciso isonomia no combate à propagação de mentiras”, completou Diego Castro.