Greve em Salvador

Carlos Muniz pede bom senso entre professores e prefeitura; PL de reajuste deve ser votado nesta quinta-feira

Professores em greve não concordam com projeto apresentado pela Prefeitura de Salvador

Foto: Antonio Queirós/CMS
Foto: Antonio Queirós/CMS

O presidente da Câmara de Salvador, vereador Carlos Muniz (PSDB), convocou uma sessão extraordinária para esta quinta-feira (22). O objetivo é apreciar vetos e projetos de lei. E um dos textos na pauta chama a atenção: trata-se do projeto que reajusta o salário dos servidores públicos municipais, entre eles os professores.

Os docentes da rede municipal de ensino estão em greve desde o último dia 6 de maio e reivindicam o cumprimento do piso nacional do magistério na capital baiana. Em recente reunião com o presidente Carlos Muniz, representantes do Sindicato dos Professores em Educação no Estado da Bahia (APLB) pediram que o projeto de lei que trata do reajuste salarial fosse retirado de tramitação.

De acordo com a vice-coordenadora da APLB, Marilene Betros, os professores foram surpreendidos pela proposta encaminhada à Câmara pela Prefeitura de Salvador. Ela afirmou que matéria foi enviada pelo prefeito Bruno Reis sem discussão prévia com a categoria. A reunião com Muniz aconteceu na segunda-feira (19)

Bom senso

Nesta terça-feira (20), o presidente da Câmara pediu bom senso aos professores e à Prefeitura de Salvador para que a greve seja encerrada.

“Entendemos a pauta dos professores e as limitações da Prefeitura, mas não podemos deixar a greve se prolongar, pois ela deixa de ser um problema educacional para ser familiar”, ponderou Muniz.

Conforme reforçou o presidente, o projeto encaminhado pela Prefeitura à Câmara está sendo discutido pelas comissões conjuntas de Constituição e Justiça (CCJ), de Finanças, Orçamento e Fiscalização (CFOF) e de Educação. Os colegiados são responsáveis pela emissão de um relatório a respeito da matéria.

Muniz relatou que o prefeito Bruno Reis alega ter cumprido todos os acordos feitos e pago o que a lei exige. Por outro lado, a APLB discorda.

“Espero que esses impasses possam ser equacionados o mais rápido possível pois, com certeza, deixa de ser um problema educacional e passa a ser um problema familiar, pois as mães quando vão trabalhar não tem onde deixar seus filhos que, na maioria das vezes, ficam nas escolas”, ressaltou Muniz.

Ponto cortado

Em meio à expectativa de aprovação do projeto que prevê o reajuste salarial, a APLB informou que a Prefeitura de Salvador descontou os dias de greve dos docentes no contracheque.

“Tentativa de intimidação detectada. O prefeito Bruno Reis adiantou os contracheques dos professores da rede municipal de Salvador com uma única intenção: mostrar os descontos dos dias de greve e tentar desmobilizar a luta legítima da categoria. Isso não é gestão, é chantagem”, diz um comunicado divulgado pelo sindicato.

Procurada pela reportagem do PS Notícias, a Prefeitura de Salvador informou que o desconto dos dias não trabalhados está amparado na decisão judicial que declarou o movimento grevista como ilegal.

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