Relacionamentos na atualidade: quando o amor precisa ser cura e não prisão

Quem já recebeu algum anúncio sobre o dia dos namorados?? Eu, vários rsss. Junho com certeza é o mês em que o amor ganha destaque nas vitrines, nas mensagens de afeto, e principalmente, nas redes sociais. Costumo receber muita demanda referente em como o amor que é postado, muitas vezes não é vivido. Em como existem por trás, questões referentes a dependência emocional, o medo da solidão e dificuldade de se reconhecer fora do “nós”.

Na minha atuação clínica, é comum escutar relatos de quem se anulou para manter um relacionamento, de quem se perdeu no caminho, para manter uma relação, de quem não sabe mais seus reais desejos.

A dependência amorosa é um tema recorrente em sessão, e não é amor — é uma tentativa desesperada de preencher vazios que, muitas vezes, têm raízes antigas: carência afetiva, baixa autoestima, inseguranças não elaboradas. E que pode acontecer com qualquer mulher, independente de gÊnero, status social, enfim.

Nos relacionamentos da atualidade, onde há tanta exposição, comparações e idealizações, é fácil confundir intensidade com profundidade, e controle com cuidado. Mas o amor saudável não prende, não limita, não adoece. Ele acolhe, respeita, impulsiona, e muitas vezes vivemos tanto em relações montanha-russa, que no momento em que estamos em um amor saudável, calmo e respeitoso, acreditamos e chamamos até de “tedioso”.

Neste mês dos namorados, quero te convidar a olhar também para o relacionamento mais importante da sua vida: o que você tem com você mesma. Como você se enxerga?  Que posição você está ocupando na sua vida e até mesmo no seu relacionamento?  Compreender sobre nossas vontades, desejos e saber sobre nossos limites, nos leva a uma relação de acolhimento com nós mesmas.

Celebrar o amor é lindo, e sim, eu também amo demonstrações públicas de afeto, rosas e chocolates, sou romântica assumida rss  mas digo a vocês, brindar o amor-próprio é essencial. É ele que sustenta escolhas mais conscientes, relações mais leves e a coragem de dizer não ao que machuca.

🌹 Que junho seja um mês não apenas de declarações ao outro, mas de reencontros consigo mesmo. Um brinde a mim, a você, a TODAS nós! Tintin.

*Nili Brito – Psicóloga Clínica, pós-graduada em Psicologia Hospitalar, pesquisadora das relações e do amor, onde o seu trabalho nas redes sociais enfatiza uma Psicologia humanizada, de fácil entendimento e acesso à população, dando ao sujeito sua principal importância e não apenas ao seu sintoma.