Uma mulher foi agredida por um sargento da Polícia Militar durante uma briga de trânsito em Taguatinga Sul, no Distrito Federal, no dia 20 de maio. O caso e um vídeo que flagra a agressão só chegaram a público nesta quinta-feira (3).
Karla Cristina Pereira afirmou ter sido agredida e xingada de “maluca” e “idiota” por Antônio Haroldo Camelo da Silva, de 56 anos. A vítima sofreu escoriações no cotovelo, além de lesão na cervical e na região mamária.
Em imagens da câmera de segurança, é possível ver que o sargento estaciona seu carro na entrada da garagem de um prédio. No momento em que a mulher atravessa a rua, os dois começam a discutir. A mulher chega a sair do local, mas retorna e acerta o vidro traseiro do carro do homem.
Os dois começam a se empurrar e, depois, a mulher para em frente ao veículo do homem, anotando a placa do carro. O sargento entra no veículo e arrasta a mulher, que começa a bater no vidro do carro.
Chutes, empurrões e tapas iniciam a partir do momento em que Karla, pela segunda vez, bate no vidro do carro do PM.
O que diz Karla e o PM
Em entrevista ao g1, Karla disse ter medo de sair sozinha na rua. “Não passo um dia sem chorar sobre o ocorrido. É uma pessoa que devia estar na rua pra defender a gente. Embora eu tenha tido o rompante de dar um soco no carro, foi injusto”, declarou.
No dia da agressão, Karla registrou boletim de ocorrência na 15ª Delegacia por lesão corporal e injúria.
O sargento Antônio disse em depoimento que estava nervoso e não lembra da agressão. “Ela invadiu o meu veículo e começou a quebrar de novo. Foi aí que eu fiquei transtornado”, se defendeu, declarando ainda ter temido que ela estivesse com uma arma.
Ação da Polícia Militar
Em nota, a Polícia Militar declarou que o sargento foi afastado do serviço operacional e teve seu porte de arma suspenso. Agora, Antônio está no serviço administrativo.
A Corregedoria da PM instaurou procedimento apuratório para investigar e esclarecer as circunstâncias do caso.
Em nota, a PM declarou que “imagens do circuito de segurança, que mostram um ato covarde, já estão sob análise e integram os elementos considerados na apuração em andamento”.
Karla, que é psicopedagoga, está afastada do trabalho desde o dia da agressão. Ela vem tomando remédios para o tratamento das lesões.