Justiça

Associação reforça necessidade de ampliar orçamento da Defensoria Pública em 2026

Presidente da Adep reforça que a DPE vai além da atuação individual em processos judiciais

DPE-BA
Foto: DPE-BA/Divulgação

A Associação das Defensoras e Defensores Públicos da Bahia (Adep-BA) está mobilizada para garantir a ampliação do orçamento da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE) no exercício de 2026. A entidade tem intensificado o diálogo com representantes do governo estadual e do Poder Legislativo para mostrar que, sem o devido investimento, milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade continuarão sem acesso pleno à Justiça.

Com 203 comarcas em todo o estado, apenas 68 são contempladas com defensores titulares ou por meio de substituição, quando defensores de outras comarcas atendem de forma pontual ou virtual. Isso significa que apenas um terço das comarcas do estado são assistidas por defensoras e defensores públicos, profissionais essenciais para garantir direitos.

Presidente da Adep, Bethânia Ferreira reforça que a Defensoria vai muito além da atuação individual em processos judiciais. “Além de representar quem não tem condições de contratar um advogado, as defensoras e defensores também atuam coletivamente, propõem ações estruturais e constroem soluções extrajudiciais que impactam diretamente a vida de comunidades inteiras”, explica.

Sobrecarga e precariedade

A realidade, no entanto, é de sobrecarga e precariedade. Em muitas regiões, um único defensor é responsável por atender a mais de uma comarca, o que compromete a qualidade do serviço e fragiliza o acesso à Justiça. Além da escassez de pessoal, há falta de estrutura física, ausência de um quadro efetivo de servidores e unidades funcionando em espaços emprestados do Judiciário, o que compromete a autonomia funcional da instituição.

Bethânia Ferreira | Foto: Divulgação

Bethânia aponta que a solução para esse cenário passa, obrigatoriamente, pela ampliação do orçamento. “Sem orçamento, sem a Defensoria Pública em todos os espaços não podemos dizer que os baianos e as baianas estão tendo seus direitos respeitados. Sem estrutura, os direitos deixam de ser garantidos e quando isso acontece, quem mais sofre é a população vulnerabilizada, a exemplo das mulheres vítimas de violência, pessoas em situação de rua, crianças e adolescentes em risco, vítimas de racismo e LGBTfobia”, aponta.

Ainda segundo a Associação, a meta é garantir não apenas a interiorização do serviço, mas também sua qualidade e autonomia institucional. “Queremos garantir que cada baiano e cada baiana tenha seu direito garantido, tenha acesso a uma defensora ou defensor público quando precisar”, finaliza Bethânia.