'Haverá tempo'

Presidente da Fieb confia em negociação com os EUA para minimizar impactos do 'tarifaço'

Grupo de trabalho se reuniu nesta segunda-feira buscando mitigar a medida imposta pelo governo americano

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Presidente Fieb
Foto: Vagner Souza/PS Notícias

Às vésperas do “tarifaço” americano entrar em vigor no Brasil, o segmento industrial baiano se reuniu para debater a pauta com o governador Jerônimo Rodrigues, nesta segunda-feira (4). O encontro realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) integra as ações do grupo de trabalho criado para discutir e estabelecer medidas para mitigar os impactos provocados pela medida imposta pelo presidente Donald Trump.

Após a reunião, o presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos, conversou com a imprensa e falou sobre expectativa de negociação com governo dos Estados Unidos. A taxação de 50% deve passar a vigorar na quarta-feira (6).

“Quem negocia com o governo americano é o governo federal e essa negociação se dá através do Ministério da Indústria e Comércio e o Ministério de Relações Exteriores, mas também nós, do segmento empresarial, através da Confederação Nacional da Indústria, que busca dentro do setor privado americano os caminhos para poder excluir produtos ou reduzir essa tarifa e ajustar a uma melhor competividade para a indústria brasileira“, disse Carlos Henrique Passos.

Questionado se ainda há tempo para a negociação, o presidente da Fieb demonstrou otimismo. “Haverá tempo sim, mesmo que seja posterior ao inicio da vigência das tarifas. Isso tem sido visto, inclusive em negociação com outros países. E o governo americano a partir do diálogo, da negociação, ele faz revisão das medidas adotadas”, pontuou. Assista abaixo a entrevista completa.

Veja vídeo:

Retirada de produtos baianos da lista de taxação

O grupo de trabalho defendeu durante a reunião a inclusão de produtos baianos da lista de exceção anunciada pela nova política tarifária americana, e a adoção, junto ao governo federal, de crédito diferenciado e devolução de créditos de ICMS para alguns setores mais duramente prejudicados.

As exportações baianas ao mercado dos EUA representam atualmente 8,3% do total do estado, com destaque para produtos como celulose, derivados de cacau e pneus. No primeiro semestre de 2025, a Bahia exportou mais de U$S 45 milhões em manteiga, gordura e óleo de cacau para os Estados Unidos.

Levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia aponta que as exportações baianas continuam sendo duramente afetadas e representam 332 dos 389 produtos sujeitos a sobretaxas e impacto de 81% da pauta industrial.

Estima-se uma perda de até R$ 1,3 bilhão na economia estadual (0,27% do PIB), com o risco de aumento da ociosidade industrial e ameaça indireta a empregos em polos como Camaçari, Candeias, Campo Formoso, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Itapetinga, Vitória da Conquista, Eunápolis, Nova Soure, Brumado e Maracás, entre outros, onde setores industriais empregam cerca de 211 mil trabalhadores.