Bahia

Olívia Santana diz que polícia baiana precisa ter 'maior compromisso' no combate às facções

Em entrevista à Salvador FM, deputada disse que operações letais não resolvem problema

Foto: Reprodução/Salvador FM
Foto: Reprodução/Salvador FM

A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) afirmou nesta segunda-feira (18) que, ao contrário do que aponta a oposição, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem adotado medidas de enfrentamento à violência na Bahia. Para ela, o problema está na forma como as forças de segurança atuam no combate às facções criminosas.

“O governador Jerônimo Rodrigues vem tomando providências e investindo na segurança pública, inclusive na valorização dos profissionais. Ninguém pode dizer que não há investimento nesse campo. O que penso é que precisa haver um compromisso muito maior das corporações com o combate à criminalidade”, afirmou a deputada durante entrevista ao programa Toda Hora, da Salvador FM.

Olívia criticou o extermínio sistemático de jovens periféricos e lembrou o fato de a Bahia compor o ranking da polícia que mais mata do Brasil, segundo dados do mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Para ela, se operações letais resolvessem a criminalidade, o estado não teria altos índices de violência.

“É preciso enfrentar as facções não apenas com operações letais, pois a Bahia tem a polícia que mais mata no Brasil. Se isso resolvesse, teríamos um estado de paz. Não está resolvendo porque é necessário atingir a cúpula. O tráfico é uma indústria com articulações internacionais, não se resume ao que acontece na favela. Mata-se três, quatro ou cinco e, no dia seguinte, outros são recrutados para a mesma posição”, defendeu a deputada.

A parlamentar baiana afirmou ainda que a Bahia “precisa de uma política de segurança que vá à raiz dos problemas”, atrelada a iniciativas que promovam justiça social e que fomentem a discussão sobre o racismo institucional.

“A política de segurança pública precisa ser conjugada com políticas objetivas que promovam a justiça social. Não adianta dizer que pobreza não traz criminalidade. Apesar de a grande maioria ser gente boa, há aviões do tráfico recrutados justamente em locais de miséria e baixa escolaridade. Porém, esse é um debate que nem todos estão preparados para enfrentar”, concluiu.

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