Wagner do Nascimento Ferreira, de 41 anos, acusado de matar a tiros um professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), relatou em depoimento à polícia detalhes do momento em que efetuou os disparos na BR-324. Ele foi preso nesta quarta-feira (27) em um shopping center de Salvador. O PS Notícias teve acesso a oitiva do suspeito.
Wagner afirmou que tudo começou após uma colisão de trânsito, na altura de Porto Seco Pirajá, por volta das 18h20 de terça-feira (26). Ele disse que dirigia um Jeep Compass branco alugado quando um Fiat Uno cinza, conduzido por Fabrício Dalla Vecchia, teria provocado uma batida lateral, quase resultando em capotamento.
Detalhes
Após o choque, os dois motoristas pararam e desceram dos veículos. O acusado contou que pediu para “acertar a situação”, momento em que a vítima teria respondido: “Quer que eu te pague?”. Em seguida, segundo sua versão, o professor teria aberto o porta-malas, retirado um facão e avançado em sua direção.
O interrogado declarou que sacou uma pistola Taurus 9mm, registrada junto ao Sistema Nacional de Armas (Sinarm) e comprada há dois anos em uma loja no bairro do Rio Vermelho, e efetuou disparos contra o chão para intimidar a vítima. Ele disse que Wagner não recuou e continuou avançando, o que o levou a disparar novamente. Questionado pelas autoridades sobre em que parte do corpo a vítima foi atingida, afirmou não saber identificar.
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O acusado acrescentou que não atirou contra a nuca do professor e que não chegou a ser ferido pelo facão. Disse ainda que deixou o local por medo de linchamento e que tentou contato com advogados para se apresentar à polícia, mas não conseguiu.
Prisão
Em depoimento, contou também que permaneceu em casa desde a noite anterior a prisão e que foi ao shopping center com a intenção de ligar para seus advogados antes de se entregar. Ele confirmou que a arma apreendida estava em seu carro e alegou que a levava porque pretendia ir a um estande de tiro no bairro de Sete Portas.
Wagner foi candidato a deputado federal pelo MDB nas eleições de 2022, mas recebeu apenas 71 votos no pleito. Natural de Salvador, ele declarou à Justiça Eleitoral a profissão de empresário. No mesmo ano, chegou a ser preso por crime eleitoral após circular com um carro plotado no dia da votação, prática proibida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
