

O tumulto começou por volta das 18h30, na Praça dos Andradas, no Centro Histórico da cidade. Um dos atores da peça, Caio Martinez Pacheco, que também é produtor e diretor, foi detito pelos policiais e obrigado a prestar depoimento e dar esclarecimentos sobre a peça. O motivo, segundo os artistas, não foi explicado.
Pacheco estava vestido com uma roupa semelhante a de um policial militar mas, em vez de calça, usava uma saia. A encenação que, inclusive tem apoio do Governo do Estado, e era apresentada para um público de cerca de 50 pessoas, fala sobre a opressão que o brasileiro vive hoje nas ruas em meio a manifestações ou indo comprar pão na esquina.
Segundo o próprio material de divulgação apresentado pelo grupo, a peça quer chamar atenção para a discussão sobre a desmilitarização da polícia e o exacerbado militarismo como resquício do período ditatorial.
A situação registrada no último domingo, no entanto, foi um retrato do que ainda acontece nos dias atuais. De acordo com a produtora, não houve diálogo por parte da polícia, mas sim, uma truculência. "Ele (Caio) tentou resistir e inclusive foi agredido e algemado antes de ser colocado na viatura. Nós somos um grupo de teatro contemplado pelo Governo do Estado, não estamos fazendo nada de errado", explicou Raquel.
A produtora acrescentou ainda que a peça aborda a questão da violência do Estado, e que o tema incomodou os policiais militares. "Apresentamos essa peça faz um ano e isso nunca aconteceu. Um público de cerca de 50 pessoas estava assistindo ao espetáculo e todo mundo se assustou com a truculência da polícia", afirmou.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para falar sobre o assunto mas, até o fechamento desta reportagem, não houve um posicionamento oficial.
Reprodução: G1


