O senador Jaques Wagner (PT-BA) defendeu, em entrevista à rádio Piatã FM nesta quinta-feira (2), a adoção de chips em armamentos fabricados no Brasil como forma de rastrear o destino das armas e combater o tráfico. Para ele, diferentemente das drogas, que podem ser produzidas em laboratórios improvisados ou plantações clandestinas, as armas pesadas só podem sair de indústrias formais, o que permitiria um maior controle.
“Veja bem: cocaína alguém pode produzir em um laboratório no meio da selva. Maconha, o sujeito planta em qualquer lugar escondido. Mas ninguém fabrica um rifle ou munição de alto calibre no fundo do quintal. Isso sai de uma fábrica, de uma indústria pesada. Então, por que não embutir um chip?”, sugeriu.
“Hoje temos chip em animal para rastrear carne, chip em frango para identificar a origem dos ovos que consumimos. Qualquer seguradora coloca chip no carro para saber onde ele está. É óbvio que a malandragem pode tentar retirar o dispositivo, mas, se cada arma tivesse um chip, seria possível rastrear de onde ela saiu e para onde foi”, completou o senador.
Combate ao tráfico
Wagner também apontou que o tráfico só existe porque há consumo, em especial nos países mais ricos. Ele classificou ainda o crime organizado como uma “multinacional do mal” e citou como exemplo a recente operação da Polícia Federal contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) que comandava um esquema bilionário de lavagem de dinheiro envolvendo postos de combustíveis e fintechs.
“O crime, hoje, virou uma verdadeira multinacional do mal. A última operação da Polícia Federal, com apoio do Ministério Público e polícias de 10 estados, inclusive São Paulo, contra o PCC, revelou a facção infiltrada até na Faria Lima, coração do mercado financeiro brasileiro. Eles estão entrando em postos de gasolina, distribuidoras de combustível e vários outros negócios para lavar dinheiro”, concluiu.