Pesquisas recentes mostram que o consumo abusivo de álcool entre as mulheres brasileiras dobrou nos últimos anos. Em Salvador, 21,9% do público feminino consome o álcool de forma excessiva.
Os dados trazem um alerta para a saúde feminina, especialmente em relação ao câncer de mama. O álcool é um fator de risco direto para o desenvolvimento da doença, em entrevista ao PS Notícias a médica mastologista e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia Regional da Bahia, Carolina Argolo, reforçou os perigos do consumo em excesso.
“O álcool é um fator direto de risco, mesmo em baixas quantidades. Não importa se é cerveja, vinho ou destilado, o risco está presente em todas essas bebidas. Quanto maior o consumo, maior o risco”, disse a especialista.
A médica explicou que o álcool libera substâncias tóxicas durante seu metabolismo, como o acetaldeído, que danifica o DNA das células e pode favorecer o surgimento de tumores. Outros impactos incluem aumento da inflamação e do estresse oxidativo no organismo.
“O álcool aumenta os níveis de estrogênio, que é um dos principais promotores do câncer de mama, principalmente em mulheres na pós-menopausa”, destaca a médica.
Neste Outubro Rosa, Carolina Argolo reforça a importância da prevenção. De acordo com a médica, o câncer quando diagnosticado precocemente, tem até 95% de chance de cura. Segundo os dados, reduzir ou evitar o álcool é uma escolha que impacta diretamente na saúde das mulheres.
“É preciso educar a população. O câncer de mama pode acontecer com qualquer mulher, em qualquer idade. A mamografia deve ser feita a partir dos 40 anos, mas o autocuidado começa antes, com o reconhecimento do próprio corpo”, disse Carolina.