Desabafo

“O coração já estava vendido”: pai lamenta morte de filho de 14 anos morto em operação no Rio

De acordo com o pai do adolescente, a família insistia para que o adolescente se afastasse da criminalidade

Reprodução/Redes sociais
Reprodução/Redes sociais

O mais jovem entre os mortos na megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, tinha apenas 14 anos. Michel Mendes Peçanha, conhecido como “Diguerra”, exibia nas redes sociais imagens em que aparecia portando um fuzil dentro da comunidade, sinalizando o envolvimento com o Comando Vermelho (CV).

Natural de Nova Iguaçu, Michel morava com a mãe, mas havia se mudado recentemente para a casa do pai. Em entrevista a uma emissora argentina, o genitor relatou a tentativa frustrada de afastá-lo do crime.

“Não sabia. Como ele morava com a mãe, quando descobri que ele faltava às aulas e estava nesse caminho, já fazia quase um ano. Tirei ele para morar comigo. Estava comigo há quatro meses. Estávamos tentando refazer a história dele, conversando, tentando dar condições para ele ficar, mas o coração já estava vendido, iludido com essas coisas”, contou o pai.

O pai relatou que o filho estava morando com ele há pouco tempo (Reprodução/YouTube)

Ainda segundo o relato, a família insistia para que o adolescente se afastasse da criminalidade. “Ele estava iludido com esse mundo. Eu e a tia dele conversávamos muito, tentando trazê-lo para o nosso lado, mas ele já estava com a mente voltada para isso”, lamentou.

Michel não foi o único menor morto na operação. Outro adolescente, Jean Alex Santo Campos, de 17 anos, conhecido como “Café”, também foi baleado e morreu durante o confronto. O mais velho entre os 117 mortos foi Jorge Benedito Barbosa, de 55 anos, natural do Pará.