Fotos: Fabrício Rocha e PS Notícias
Fotos: Fabrício Rocha e PS Notícias

No embalo dos tambores que ecoam a força ancestral do povo negro, a música baiana abre caminhos e reafirma identidades. Em celebração ao Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, o PS Notícias listou seis músicas de valorização e empoderamento negro.

Na seleção, estão grandes nomes da música baiana, como Ilê Aiyê, Adão Negro, Margareth Menezes, Luedji Luna, BaianaSystem, e Léo Santana. Esses representam alguns dos artistas que transformam ritmo em resistência, fazendo de cada verso um ato de celebração, memória e resistência.

1. Ilê Aiyê – Negro de Luz

“Negro de Luz”, do Ilê Aiyê, é uma homenagem à resistência negra e à importância dos quilombos na história do Brasil. A música destaca nomes como Zeferina, Akotirene, Aqualtune, Dandara, Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares, ressaltando o papel fundamental dessas figuras na luta e na construção da identidade do povo negro.

“Eu não tenho a força
Só porque sou o primeiro
E simplesmente por ser Ilê
O Quilombo dos negros de luz

Saudando a força
De todos os quilombolas
Que lutavam bravamente
Para manter viva
A nossa história”.

2. Adão Negro – Pele Negra

“Pele Negra”, da banda Adão Negro, traz uma mensagem clara de orgulho e valorização da identidade negra. O verso “Eu sou forte pele negra do Adão” destaca a força e o pertencimento, conectando a trajetória da banda à luta pela afirmação da cultura afro-brasileira.

“Eu sei muito pouco, mas também já sei viver
Das armadilhas do dia a dia nada a temer
Eu vi suas mentiras, nada pode me ferir
Eu tô mais perto, só vou no certo, é pode vir

Porque sou forte deixo marcas pelo chão
Eu sou forte pele negra do Adão”.

3. Margareth Menezes – As Áfricas Que a Bahia Canta

A canção “As Áfricas Que a Bahia Canta”, de Margareth Menezes, ressalta o papel central das mulheres negras na formação da identidade cultural da Bahia e do Brasil. A música faz referência direta a orixás femininas como Oyá (Iansã) e Matamba, símbolos de força, ancestralidade e resistência.

“Deusa do ilê aiye, do gueto
Meu cabelo black, negão, coroa de preto
Não foi em vão a luta de catendê
Sonho badauê, revolução didá
Candace de olodum, sou debalê de ogum
Filhos de gandhy, paz de oxalá
Quando a alegria invade o pelô
É carnaval, na pele o swing da cor
O meu timbau é força e poder
Por cada mulher de arerê
Liberta o batuque do canjerê”.

4. Luedji Luna – Saudação Malungo

A letra destaca a diversidade das raízes africanas ao citar etnias e regiões como Bacongo, Cabinda, Uíge, Luba, Lunda, Bengela e Zaire, valorizando a riqueza cultural dos povos que formaram a base da população afrodescendente nas Américas.

“Malungueiro, malungá
Bacongo, cabinda, uigê
Luba, lunda, bengela, zairê
Quicongo, tradição”.

5. BaianaSystem – Invisível

A letra vai além do anonimato físico, sugerindo uma invisibilidade simbólica em versos como “Não tem cor, não tem cara / Começou, não vai parar”. Isso mostra que a exclusão pode atingir qualquer pessoa, independentemente de aparência.

“Você já passou por mim
E nem olhou pra mim
Você já passou por mim
E nem olhou pra mim
Acha que eu não chamo atenção
Engana o seu coração
Acha que eu não chamo atenção

Não tem cor, não tem cara
Começou, não vai parar
Coração vai disparar, não tem como dedurar”.

6. Léo Santana (ainda no Parangolé) – Negro Lindo

A letra da música “Negro Lindo” utiliza a repetição de frases como “Sou eu, negro lindo” e “Sou negão” para afirmar com força a identidade negra. Esses versos funcionam como um grito de orgulho e resistência, destacando a valorização da beleza e da força negra.

“Quando me vê
Abre os braços
Me dê um sorriso

Sou eu, negro lindo
Sou eu
Sou eu

Lute minha raça
Ame minha cor
Ame minha raça
Lute minha cor”.