
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, justificou a decretação da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada neste sábado (22), após o filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), convocar através das redes sociais uma vigília pela saúde e liberdade do pai na noite de sexta-feira (21). “Você vai lutar pelo seu país, ou assistir tudo do celular”, convocou o senador.
Na decisão, Moraes apontou a “urgência e gravidade dos novos fatos apresentados” e avaliou que a mobilização convocada para o entorno da casa onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar poderia facilitar uma tentativa de fuga.
O ministro também destacou registros que indicariam uma tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica utilizada por Bolsonaro por volta de 00h08 deste sábado, o que reforçou a necessidade da medida, de acordo com a apuração da CNN Brasil.
O pedido de prisão preventiva foi feito pela Polícia Federal (PF), encaminhado ao Supremo e referendado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em uma decisão de 17 páginas, Moraes comparou a vigília aos acampamentos montados por apoiadores de Bolsonaro no fim de 2022, após a derrota nas eleições.
Bolsonaro preso
Após ser preso nas primeiras horas da manhã, Bolsonaro passou por exame de corpo de delito, como ocorre com qualquer detido no país. Ele permanece custodiado na sede da PF, na Asa Sul de Brasília, em uma sala preparada desde agosto deste ano — semelhante ao espaço que recebeu o ex-presidente Fernando Collor de Mello no início deste ano, com cama, mesa, cadeira e banheiro privativo. A audiência de custódia está marcada para este domingo (22), às 12h, no STF.


