
O décimo terceiro salário é uma oportunidade estratégica para organizar as finanças e acelerar objetivos. Em vez de tratar esse benefício como “extra”, precisa-se encarar como uma chance de quitar dívidas, reforçar a reserva de emergência e investir com propósito específico. Algumas recomendações podem ajudar nas decisões sobre o melhor destino do 13º de acordo com o perfil do indivíduo, prazos de pagamentos e metas estabelecidas. Nesse contexto, destaco as orientações:
• Quite dívidas caras: priorize cartões de crédito, cheque especial e empréstimos com juros elevados. A “rentabilidade” de quitar uma dívida de 12% ao mês supera qualquer investimento conservador;
• Renegocie: use o caixa do 13º como argumento para obter descontos à vista. Compare propostas e formalize a quitação;
• Organize o orçamento de 2026: antecipe gastos previsíveis (IPVA, IPTU, material escolar, seguros) para reduzir pressão de caixa no início do ano;
• Construa ou complemente a reserva de emergência;
• Para investimentos iniciais, direcionar para produtos de alta liquidez e baixo risco. Exemplos no Brasil: CDBs.
Quando o 13º salário é usado com planejamento, ele reduz pressões do início do ano, evita endividamento e potencializa investimentos. Priorizar a quitação de dívidas gera “rentabilidade” imediata, pois elimina juros elevados. Em seguida, reforçar a reserva de emergência traz segurança contra imprevistos e diminui a dependência de crédito.
Com a casa em ordem, parte do valor pode ser direcionada a objetivos claros, da aposentadoria a projetos de médio prazo, escolhendo produtos compatíveis com prazo e perfil de risco. Também vale antecipar despesas sazonais, aliviando o orçamento dos próximos meses. Em suma, transformar o 13º de “renda extra” em ferramenta de planejamento, cria estabilidade, aumenta o patrimônio ao longo do tempo e reduz o estresse financeiro.
Na qualidade de contador e gestor financeiro, reforço que, além de complementar a renda, o décimo terceiro pode ser um divisor de águas na saúde financeira. Usá-lo com intenção permite corrigir rotas e criar margem para decisões melhores ao longo do ano.
Quando o orçamento já está equilibrado, aplicar o 13º em investimentos alinhados a metas traz ganhos cumulativos: pequenos aportes extraordinários, somados aos aportes mensais, aceleram a construção de patrimônio via juros compostos. Esse dinheiro também é uma chance de revisar prioridades, ajustar a alocação de ativos e fortalecer hábitos financeiros saudáveis, como estabelecer metas, acompanhar indicadores e manter disciplina. O bom uso do décimo terceiro aumenta segurança, melhora o poder de negociação e aproxima o indivíduo de objetivos importantes, do curto ao longo prazo.
*André Luis Barbosa (Dedeko) é contador, empresário, professor e vice-presidente técnico do Conselho Regional de Contabilidade do Estado da Bahia


