
Os três acusados de matar a cantora gospel Sara Freitas deixaram o Fórum Criminal de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, no início da tarde desta terça-feira (25), após o júri popular ser adiado. O trio foi conduzido para o camburão da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) depois de almoçar.
Na saída do fórum, os réus foram hostilizados por populares, que gritavam “assassinos”.
Com o adiamento, Ederlan Santos Mariano, marido da vítima apontado como mentor do assassinato; Weslen Pablo Correia de Jesus (o Bispo Zadoque) e Victor Gabriel Oliveira Neves voltam para o sistema prisional.
Ainda não há informações sobre nova da data e local do julgamento. A expectativa é que o júri popular seja remarcado para o Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.
Veja o momento da saída dos acusados de matar Sara Freitas
Defesa e promotoria
Os advogados de defesa dos acusados abandonaram o Fórum Criminal Gerson Pereira dos Santos alegando falta de estrutura física e de segurança no local.
“O que houve foi o abandono do plenário por absoluta falta de estrutura para um julgamento desse porte”, justificou o advogado Otto Lopes. Já o promotor de Justiça Audo Rodrigues classificou o ato de saída dos juristas do plenário como “deselegante” e “desrespeitoso”.
Assassinada com extrema violência
O crime, que chocou o país, aconteceu em 24 de outubro de 2023, em um matagal na entrada do Povoado Leandrinho, em Dias d’Ávila. Segundo a denúncia do Ministério Público da Bahia, Sara Freitas foi assassinada com extrema violência. Moradora do bairro de Valéria, na periferia de Salvador, ela foi atraída sob falso convite para um evento religioso e executada com 22 golpes de faca, além de ter o corpo ocultado e queimado.
As investigações apontaram que os acusados agiram de forma organizada, com divisão de tarefas, motivados por promessa de recompensa financeira e interesses ligados à carreira artística de um dos envolvidos.
Pelo crime, foi denunciado um total de quatro pessoas. Em 16 de abril deste ano, acatando a acusação do MPBA, o Tribunal do Júri condenou Gideão Duarte de Lima (veja aqui) a 20 anos, 4 meses e 20 dias de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa. Ele foi o responsável por atrair a cantora até um local ermo, onde ela foi emboscada e assassinada.


