Veja o resumo da noticia

  • Salvador e RMS registram aumento de mortes em ações policiais em 2025, ultrapassando o número total de 2024 antes do final do ano.
  • Governo do estado publica o PQUALI, plano com metas para reduzir a letalidade policial nos próximos três anos, um mês antes do marco.
  • Unidades Rondesp presentes em ações policiais concentram grande parte das mortes registradas em Salvador e Região Metropolitana.
  • A maioria das vítimas são homens negros, com um número significativo de adultos e alguns adolescentes, segundo o Instituto Fogo Cruzado.
  • Coordenadora do Instituto Fogo Cruzado destaca a importância do PQUALI, mas expressa preocupação com a timidez das metas estabelecidas.
policiais militares
Foto: PM da Bahia/Divulgação

Salvador e a Região Metropolitana (RMS) ultrapassaram, nesta semana, a marca de 500 pessoas mortas em ações e operações policiais em 2025, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. O número foi alcançado 24 dias antes de 2024, quando o estado atingiu o mesmo patamar apenas em 19 de dezembro.

O marco ocorre pouco mais de um mês após o Governo do Estado publicar o Plano de Atuação Qualificada de Agentes do Estado (PQUALI), que estabelece metas e ações para reduzir a letalidade policial nos próximos três anos.

Até 25 de novembro de 2025, foram 501 mortos em operações policiais na região e 95 mortos em 25 chacinas policiais. Já o mesmo período do ano anterior contabilizou 477 mortos, sendo, sendo 46 mortos em 13 chacinas policiais. No ano inteiro de 2024, 514 morreram.

Assim, o número representa um aumento de 5% em relação ao mesmo período dos dois anos anteriores que contabilizaram 477 em 2023 e 477 em 2024.

Segundo o instituto, as unidades Rondesp estavam presentes em ações policiais que concentram 43% das mortes registradas nessas ocasiões em Salvador e RMS.

Perfil das vítimas 2025

As vítimas foram, em sua maioria, homens. Dos mortos, 494 foram do sexo masculino e apenas sete mulheres. Considerando a faixa etária, foram 11 adolescentes, 489 adultos, bem como um idoso. Além disso, entre as vítimas identificadas racialmente, 100% são pessoas negras.

De acordo com a Coordenadora Regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia, Tailane Muniz, o PQUALI representa um avanço institucional importante.

“Os dados mostram a importância do plano. É uma resposta a uma demanda antiga da sociedade civil, que há alguns anos cobra diretrizes claras para enfrentar este cenário. O plano chega em boa hora: reconhecer o problema é, invariavelmente, o primeiro passo para resolvê-lo. Agora, nos preocupa as metas que podem ser tímidas diante do quadro que temos hoje”, afirma.