

A ação tem por base denúncia do Gaeco apresentada junto à 1ª Vara Criminal de Niterói contra 13 pessoas pelos crimes de organização criminosa, extorsão, roubo, falsidade ideológica, coação e violação de sigilo funcional. Até o início desta manhã, seis mandados de prisão tinham sido cumpridos e outras duas prisões efetuadas. Uma moto, armas, documentos e celulares foram apreendidos.
A investigação teve início pela Draco para apurar as circunstâncias de roubo e extorsão praticados por indivíduos que se apresentaram como policiais civis da unidade. Foi constatada a existência de uma organização criminosa composta por policiais militares e civis, além de outros criminosos que apresentava falsos mandados de busca e apreensão para vasculharem residências e exigirem dinheiro.
O fato que desencadeou a denúncia ocorreu no dia 13 de setembro deste ano, no bairro de Itaipu, Niterói, quando a vítima foi abordada, ameaçada e algemada ao sair de casa. Após entrarem e vasculharem a residência, cinco dos denunciados roubaram um automóvel, 13 relógios, peças de roupas, acessórios, um CPU de computador, além de considerável quantia em dinheiro. A vítima foi ameaçada posteriormente para que fornecesse o certificado de registro do veículo para a realização de transferência da titularidade, sob a ameaça de novas visitas à casa da vítima.
Participaram deste falso cumprimento de mandado de busca e apreensão os denunciados Alexandre Mota de Assis, o ex-policial civil Marcelo Tinoco de Carvalho, o policial civil Ubirajara de Jesus Júnior (vulgo Biriba ou Júnior) atualmente lotado na DRF, Marco Antonio Silva Carvalho (vulgo Marquinho) e o policial militar Thiago Barbosa Faria Vieira. Os cinco têm mandados de prisão expedidos pela Justiça. Outro denunciado, o policial civil Ricardo Gonçalves da Rocha, lotado na 74ª DP, forneceu informações cadastrais sigilosas dos bancos de dados públicos para o grupo criminoso.
A apuração do fato obteve novas informações sobre as demais pessoas associadas ao grupo, como o capitão da PMERJ Leandro Garcia Rodrigues Madeira (vulgo Madeira), também com mandado de prisão a cumprir. A regularização do veículo roubado motivou, ainda, a prática de falsificação de documentos para a obtenção da segunda via da CRV. Esta fase contou com a atuação dos denunciados Franklin de Souza Veloso Mattos, Thiago José de Marins, Matheus do Espírito Santo Marins e Alberto José de Marins (vulgo Betinho).
Os denunciados Alexandre e Carlos Henrique da Silva Venturini, que estavam com o documento do veículo, foram abordados e detidos por policiais da Corregedoria do Detran e encaminhados para a 65ª DP (Magé) para a apuração de crime de falsidade documental na transferência do veículo. No curso das investigações, o policial civil lotado nessa delegacia, Erick Martins de Souza Marques, também acabou investigado por solicitar vantagem indevida para liberar o veículo roubado. O policial figura entre os denunciados nesta ação.
A investigação apurou, ainda, que a quadrilha já estava preparada para praticar outros crimes de roubo e extorsão, tendo um alvo ligado ao alto escalão do tráfico de drogas de São Gonçalo.
Reprodução: G1


