

AUXILIARES DE TEMER DEMONSTRAM ALÍVIO
O fato de Geddel Vieira Lima não ser mais ministro do governo Michel Temer deu ao Palácio do Planalto tempo para se posicionar sobre a Operação "Cui Bono?", que fez buscas e apreensões em endereços do político. Auxiliares de Temer demonstraram um certo alívio por não terem que se manifestar prontamente sobre o caso, podendo lançar mão de evasivas como: "Estamos colhendo informações para poder avaliar."
Um assessor presidencial admitiu que se Geddel não tivesse sido demitido em novembro do ano passado, após a polêmica envolvendo um apartamento dele em Salvador e um suposto tráfico de influência, o governo estaria novamente diante de uma crise a ser debelada rapidamente.
– As coisas estariam bem piores – disse o assessor.
Geddel e Temer são amigos há 23 anos e fazem parte do mesmo grupo político dentro do PMDB. O presidente relutou bastante em demitir Geddel, que era o titular da Secretaria de Governo. E só o fez depois que o caso ganhou dimensões insustentáveis. O então ministro da Cultura Marcelo Calero acusou Geddel de pressioná-lo a mudar um parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar as obras do prédio onde que Geddel possui uma unidade. Inicialmente, Temer avaliou se tratar de um episódio menor. Mas Calero foi à Polícia Federal e disse ter gravações de conversas sobre o tema, jogando a história no colo do presidente e de outros integrantes do Planalto.
Apesar do escândalo, Geddel e Temer continuam próximos e mantém contato frequente. Até hoje o lugar de Geddel no governo continua vago, devendo ser ocupado pelo ex-líder do PSDB Antonio Imbassahy após a eleição pelas presidências da Câmara e do Senado.
Reprodução: O Globo


