

“Eu jamais imaginei em tirar uma medalha do Bolt (risos). Claro que estou feliz, mas também é frustrante porque meu antigo clube, a Rede Atletismo, pagava 1 milhão de dólares por medalha. Como o clube acabou, eu jamais vou ver esse dinheiro”, afirmou o Lenílson. A equipe Rede Atletismo, ironicamente, deixou de existir em 2010, justamente por causa de um escândalo de doping do qual Vicente não participou– Bruno Lins, outro que deve herdar a medalha, também fazia parte do clube e estava envolvido – clique e relembre o caso.
“Pra mim é menos frustrante, porque eu já subi no pódio uma vez. O pior é perder essa oportunidade por causa da ganância dos outros competidores”, afirmou o ex-atleta, que em 2000 conquistou a histórica medalha de prata no revezamento dos Jogos de Sidney, ao lado de Claudinei Quirino, Edson Luciano e André Domingos.
Vicente conta que, na época, estranhou a forma física do jamaicano Nesta Carter na China. “Eu me lembro de ter disputado várias provas com ele, ele era magrinho, e de repente em Pequim ele estava grandão. Eu sempre achei muito estranho, mas nunca falei nada.” Reanálise dos exames mostrou que o jamaicano utilizou metilhexanamina, substância banida pelo Código da Agência Mundial Antidoping (APA ) desde 2004. Nascido em Currais Novos (RN), Vicente hoje vive em Cuiabá (MT), onde é terceiro sargento das Forças Armadas e mantém o Instituto Vicente Lenílson, que inicia mais de 80 crianças no atletismo. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) ainda não o procurou para dizer quando e como a medalha deve ser entregue. Nesta Carter ainda pode recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).
Reprodução: Revista Veja


