

O borracheiro foi levado algemado até a 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul. Ao ser informada sobre prisão do primo, Denise Salviano tentou buscar informações. Na delegacia, ela descobriu divergências entre a pessoa que os policiais procuravam e o parente dela.
“O nome da mãe era diferente, mas mesmo assim, eles resolveram seguir com a prisão. Quando conversei com os agentes, eles afirmaram que, uma vez preso, só o juiz soltava”, disse Denise.
Segundo a Defensoria Pública do DF, além do nome da genitora não ser o mesmo, a data e o local de nascimento dos envolvidos também eram diferentes. Conforme apontou o órgão, o nome incomum de Jonsh motivou as autoridades a manter a detenção. Os agentes informaram ainda que o nome divergente da mãe poderia ser um erro que ocorreu durante a emissão do documento de identidade do borracheiro.
Quando criança, o borracheiro descobriu que tinha um irmão mais velho, mas não sabia detalhes sobre ele. “Nunca tivemos contato. Depois de detido, soube que ele estava aprontando no Piauí e que tem pendências na Justiça”, contou.
Na mesma noite da prisão indevida, Denise procurou a Defensoria Pública. O defensor do Núcleo do Plantão, Nicolau Rolim, cuidou da demanda. Ao recolher provas que comprovavam que o borracheiro não esteve no Piauí na data do crime, Rolim pediu um habeas corpus.
“O juiz plantonista negou o primeiro pedido, mas insistimos que o homem era inocente. Já a juíza natural da Vara teve mais cautela e pediu à Justiça do Piauí mais elementos que comprovassem que não se tratava da mesma pessoa”, explicou o defensor. Jonsh Kennedy foi liberado em 11 de março. Ele ficou preso na 1ª DP por quase 33 horas.
O Núcleo do Plantão da Defensoria Pública atende no horário de funcionamento oposto aos dos núcleos especializados diurnos. O posto fica no Fórum Desembargador Milton Sebastião Barbosa e recebe demandas das 19h às 12h.
Reprodução: G1


