

“Fiz referência, exclusivamente, aos médicos da Atenção Básica. Os secretários municipais de saúde bem sabem que temos um problema de remuneração que precisa ser ajustado para que possamos exigir o cumprimento da carga horária contratada. O prefeito não cobrava a presença, porque sabia que o salário não era adequado. E isso nós vamos resolver”. A declaração do ministro foi em referência a frase, dita na semana passada, que repercutiu de forma distorcida: “vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico fingir que trabalha”.
“Um ministro reconhecer que não está pagando adequadamente os médicos, eu considero um grande avanço. É assim que deve ser visto, como também o fato de termos recebido do Conselho um pedido para melhorar a infraestrutura de trabalho para esses profissionais. Eu acho que a polêmica atende a vários interesses, menos o da saúde”, concluiu.
Reforçou ainda que o seu discurso se dirigiu, exclusivamente, aos médicos da Atenção Básica, cuja realidade de baixos salários e falta de cumprimento da carga horária já é reconhecida pelas prefeituras e população. “A todos os médicos do Brasil, que não estavam incluídos, não se sintam ofendidos porque não foi a eles que foi dirigida a nossa palavra”, afirmou.
Ontem (19/7), o ministro recebeu o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, e os representantes dos conselheiros estaduais da categoria. “Ninguém mais do que eu faz diálogo com a categoria médica, e o presidente do CFM reconheceu isso. Faço questão, até por não ser da área, de dialogar muito para aprender e entender como são os problemas e como resolveremos”.
DIÁLOGO COM A CLASSE MÉDICA – Sobre a pauta entregue pelo CFM, apontando os problemas estruturais encontrados nas Unidades Básicas de Saúde, o ministro Ricardo Barros disse que oferecer melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde é um desafio do SUS, que tem sido tratado com prioridade pela gestão. “Foram investidos R$ 18 bilhões em equipamentos, só no ano passado, para as unidades de saúde e estamos investimento muito na ampliação. São 7 mil obras em andamento na área de saúde em todo o país que, agora, estão sendo pagas em parcela única. Nosso objetivo é não haver obra parada e nem desperdício de dinheiro”, afirmou.
Fonte: Ministério da Saúde


