

Conforme o pedido de abertura de inquérito, a suposta propina foi paga a partir de contratos para obras do Cais V e do Píer Petroleiro no Porto de Suape. Além de Bezerra, que era secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco, foi beneficiário da propina o então governador do Estado, Eduardo Campos, conforme os delatores. Campos morreu num acidente aéreo em agosto de 2014.
O suborno foi pago pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, segundo os delatores. O intermediário de Bezerra era Iran Padilha e o de Campos, Aldo Guedes, ex-diretor da Coopergás, conforme o pedido de abertura de inquérito. A propina equivalia a 3% do valor dos contratos – 1,5% para Bezerra e 1,5% para Campos. No Cais V, o valor pago foi de R$ 2 milhões – 60% pagos pela Odebrecht e 40% pela OAS –, ainda segundo os delatores. O Píer Petroleiro também rendeu outros 3%. O dinheiro teria passado pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o departamento das propinas – e operacionalizado por uma casa de câmbio em Recife.
Janot pede ao STF que somente o caso de Bezerra, detentor de foro privilegiado por ser senador, permaneça no STF. Os demais casos devem ser remetidos à 4ª Vara Federal em Pernambuco, conforme pedido do procurador-geral.
Reprodução: O Globo


