

Em nota, a Odebrecht disse que está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. "Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana e Equador, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas", disse a empresa.
Aldemir Bendine também disse à PF que falou para Fernando Reis que o encontro deveria ser formalizado e que não participaria do ato na sede da Odebrecht. Na ocasião, Marcelo Odebrecht – filho de Emílio Odebrecht e ex-presidente da Odebrecht – já tinha sido preso pela Operação Lava Jato. O ex-presidente da Petrobras também afirmou no depoimento que pediu a Fernando Reis que o encontro fosse realizado na Petrobras ou em "algum lugar público ou neutro". Contudo, o encontro ocorreu no fim de setembro em um escritório de advocacia, em São Paulo, "onde se tratou de um reunião tensa com reclamações pesadas por parte do grupo em função de uma série de cancelamentos de negócios", conforme depôs Aldemir Bendinde.
Bendine disse que, naquele momento, se sentiu "ameaçado pelo tom da conversa". Ele argumentou que foi questionado se não considerava impróprio fazer reunião em "local oculto" ao invés de realizá-la na sede da Petrobras. Entretanto, segundo Aldemir Bendine, eles não quiseram ir à sede da estatal. Bendine falou aos delegados no período da tarde, nesta segunda -feira (31). Os irmãos André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva, que também foram presos na atual fase, prestaram depoimento pela manhã. Segundo as investigações, Bedine é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propina da Odebrecht. André e Antônio Carlos são suspeitos de operar os repasses. Todos negam as acusações.
Ainda nesta segunda, o juiz Sérgio Moro, que é responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decidiu converter a prisão temporária dos três investigados para preventiva. Com isso, eles não têm prazo para deixar a carceragem. O grupo está detido na carceragem da PF, em Curitiba. Na decisão, Moro considerou que as provas apresentadas até o momento pelo Ministério Público Federal (MPF) são suficientes para comprovar, a princípio, as suspeitas de que os três exerceram atividades ilícitas.
Reprodução: G1 – Paraná


