

"Isso não vai gerar receita para a empresa. É prejuízo para o acionista," disse.
A troca de mensagens entre os executivos da Oi e Doria foi anexada pela própria operadora na investigação do Ministério Público Federal que apura o suposto favorecimento da tele ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na instalação de uma antena de celular próxima ao sítio de Atibaia (SP) frequentado pelo petista e sua família.
Nas mensagens, Doria afirma que o condomínio não poderia ficar sem sinal em um momento em que estaria cheio. O prefeito eleito mencionou na ocasião Ivan Zurita (ex-presidente da Nestlé) e Nizan Guanaes (dono da agência África), entre outros.
Em 15 dias, a Oi decidiu atender o pedido que, em situações convencionais levaria entre três e seis meses. Para isso, foram investidos R$ 455 mil na instalação que atenderia o condomínio.
Em resposta à reportagem, a empresa afirmou que houve análise de "viabilidade econômica" do pedido.
Para Valporto, dificilmente há viabilidade em um local frequentado só nas férias.
O presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Juarez Quadros, disse que o caso expõe uma questão de isonomia, mas não há nada de errado do ponto de vista da regulação. "As empresas têm liberdade para atender o cliente como achar conveniente."
Para Quadros, a Oi é uma empresa privada, a internet é um serviço privado e não cabe à agência comentários.
Reprodução: Folha de SP


