Operando o sistema de metrô em Salvador desde 2014, a CCR Metrô Bahia solicitou ao governo estadual o reequilíbrio financeiro do contrato. O argumento da concessionária é que o modal de transporte tem apresentado déficit operacional.
A documentação da CCR Metrô Bahia foi apresentada ao governo baiano com o pedido de reequilíbrio financeiro. Segundo o secretário estadual da Casa Civil, Afonso Florence, enquanto a negociação está em andamento, o governo baiano tem feito aporte financeiro. “Nós, para garantirmos a continuidade do serviço, com uma documentação por ela apresentada, momentaneamente mantivemos um aporte do governo para garantir a continuidade do serviço”, explicou em entrevista ao PS Notícias.
No entanto, ressaltou o chefe da Casa Civil, o governo não pretende continuar fazendo aportes na operação. Por isso, gestão estadual e concessionária vão negociar também a revisão contratual, e não somente o reequilíbrio financeiro.
“Essa negociação está na esfera de uma arbitragem e nós estamos aproveitando a oportunidade em que já é permitida uma revisão do contrato para não só fazer um aditivo de valores, mas também fazer uma revisão do contrato. Com isso, nós pretendemos garantir o equilíbrio econômico-financeiro para que não haja necessidade de aportes públicos extraordinários”, detalhou Florence.
Reflexos
Dentre os possíveis reflexos do reequilíbrio financeiro do contrato está o reajuste da passagem para o usuário final do sistema de metrô. Em fevereiro deste ano, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) anunciou reajuste zero para o metrô da capital baiana, que atende também Lauro de Freitas.
Conforme ressaltou Afonso Florence, o aumento do valor da passagem está atrelado a diversos fatores, mas pode ocorrer, futuramente, um reajuste em função da revisão contratual. Ele disse que o cenário não depende somente da vontade política do governador, mas, acima de tudo, do contexto macroeconômico.
“O aumento de tarifa no transporte público é sempre uma possibilidade real, porque há sempre a inflação que impacta o setor. Em um sistema como esse, do metrô, aumenta a energia elétrica, aumentam os salários, tem campanha salarial dos sindicatos e dos trabalhadores, há uma série de custos operacionais na concessão. Então, pode ser que haja a necessidade de aumento e pode ser que chegue um momento, um dia, que o governo não consiga evitar aumentos”, sinalizou.
No entanto, minimizou o secretário, não haverá reajuste enquanto o governo tiver a possibilidade de contornar o cenário. “São muitas variáveis que o governo não governa. Enquanto estiver, digamos assim, na esfera que a decisão política consiga preponderar, não haverá reajuste”, apontou.
Procurada pela reportagem do PS Notícias, a CCR Metrô Bahia informou que não comenta negociações em andamento.
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