ANADEP

Defensores públicos lançam campanha nacional por Justiça Climática e Social

Nesta terça (13), a atividade segue com um mutirão de atendimentos

Foto: @creativeculturebrasil/Divulgação
Foto: @creativeculturebrasil/Divulgação

Representatividade, pluralidade e forte presença da sociedade civil e dos movimentos sociais marcaram o lançamento oficial da Campanha Nacional “Justiça Climática é Justiça Social: Defensoria Pública por um Brasil mais sustentável, justo e igualitário”, nesta segunda-feira (12), em Salvador. A ação foi promovida pela Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), em parceria com a Associação das Defensoras e Defensores Públicos da Bahia (ADEP-BA) e com a Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA).

Nesta terça (13), a atividade segue com um mutirão de atendimentos na Aldeia Multiétnica Pawi Crody Kariri-Xocó, localizado no município de Entre Rios. Assim, a atividade contará com a participação da Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo.

Sobre a campanha

O principal objetivo da Campanha Nacional é destacar o papel estratégico da Defensoria Pública na promoção do acesso à justiça para comunidades em situação de vulnerabilidade, que enfrentam de forma mais severa os impactos da crise climática, como secas, bem como enchentes, incêndios e aumento das temperaturas.

A presidenta da ADEP-BA, Bethânia Ferreira, refletiu sobre impactos das mudanças climáticas na Bahia e atuação de defensores para garantir acesso à justiça às comunidades.

“Em 2015, quando diversos moradores da área do Barro Branco, em Salvador, perderam suas casas e entes queridos em um deslizamento, duas defensoras públicas estavam reunidas com a comunidade para traçar estratégias de garantia de moradia e recuperação de direitos. Quando ocorreram alagamentos nos bairros de Itapuã e Patamares devido às fortes chuvas e os moradores perderam seus únicos bens, também havia um defensor público”, destacou.

Além disso, para Fernanda Fernandes, presidenta da (ANADEP), a Campanha Nacional 2025 é um chamado coletivo.

“Esta campanha é sobre (re)humanizar o debate ambiental, colocando o ser humano no centro das decisões climáticas, com atenção especial àqueles e àquelas que vivem à margem e são os primeiros a sofrer com a seca, a fome, as enchentes, os despejos e os efeitos do racismo ambiental”, pontuou.

A cerimônia de abertura também contou com a presença da defensora pública-geral da Bahia, Camila Canário; do deputado federal Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados; assim como da ouvidora-geral em exercício, Rutian Pataxó; da corregedora-geral da DPE-BA, Janaina Canário; da diretora coordenadora da Região Nordeste da ANADEP, Tereza Almeida; da presidenta da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Federais (ANADEF), Luciana Dytz; e do juiz Leonardo Custódio, integrante do Comitê Nacional PopRuaJud do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Os participantes assistiram a uma apresentação indígena do Povo Kariri-Xocó. Originários de Alagoas, os Kariri-Xocó resultam da união de diversos grupos indígenas. Há mais de 50 anos, migraram para a Bahia para melhores condições de vida, fugindo da seca e escassez em Porto Real do Colégio (AL).

Justiça Climática é Justiça Social

A primeira atividade foi o painel “JUSTIÇA CLIMÁTICA É JUSTIÇA SOCIAL”, com objetivo de destacar impactos da crise climática mundial sobre pessoas em vulnerabilidade. A proposta é mostrar que determinados grupos são os mais afetados por desastres e degradação ambiental dos territórios, comprometendo saúde, segurança e qualidade de vida.

O painel foi moderado pela defensora pública da Bahia, Aléssia Tuxá, coordenadora da Comissão de Defesa dos Povos Indígenas da ANADEP.

O debate contou com a participação do deputado federal Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDMHI); Maura Cristina, ativista do Movimento Sem Teto da Bahia; Tamikuã Pataxó, diretora da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do extremo sul da Bahia e ouvidora eleita da Defensoria Pública da Bahia; e Paulo Moraes, professor da Universidade Católica de Pernambuco.

Maura Cristina trouxe sua visão e experiência sobre a ocupação do centro antigo de Salvador. Mencionou que o Projeto Pelourinho, voltado à revitalização da área, não considerou de forma horizontal as famílias tradicionalmente residentes na região. A partir dessa perspectiva, sua fala abordou a questão fundiária e o racismo.

“É sobre não ter saneamento básico; é sobre a ausência de esgoto. É ver pessoas morando em casarões prestes a desabar”, pontuou. A representante da sociedade civil destacou que, na Bahia, “as defensoras e os defensores públicos são companheiras e companheiros”.

>>>Siga o canal do PSNotícias no WhatsApp e, então, receba as principais notícias da Bahia, do Brasil e do Mundo.