Morro de São Paulo

Influenciadora critica cena de homem negro carregando turista branca em carrinho de mão na Bahia

Nas imagens, um homem negro aparece empurrando um carrinho de mão e transportando uma mulher branca

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A influenciadora digital Bárbara Carine, que possui mais de 600 mil seguidores no Instagram, utilizou as redes sociais para publicar um vídeo em que critica uma cena registrada em Morro de São Paulo, no baixo sul da Bahia. Nas imagens, um homem negro aparece empurrando um carrinho de mão e transportando uma mulher branca, turista, em troca de pagamento.

No vídeo, Bárbara afirma ter recebido o relato de uma seguidora que ficou “horrorizada” com a situação, que se repetia frequentemente na ilha.

É uma imagem que choca qualquer pessoa com o mínimo de letramento racial. É uma imagem colonialista, uma imagem que perpetua uma memória de supremacia branca no nosso país”, afirmou a influenciadora.

Ela destacou que a cena expõe a permanência de marcas da escravidão e da desigualdade racial na sociedade brasileira.

Um homem negro carregando uma mulher branca num carrinho de mão, nessa lógica serviçal, gatilha pessoas que têm recordações das memórias terríveis da escravidão, que a gente viveu no nosso país e cujos resquícios a gente ainda sente até hoje”, disse.

Nos comentários, parte do público minimizou a situação, defendendo que o trabalhador “apenas estava tentando ganhar o dinheiro dele”. Entretanto, Bárbara Carine respondeu afirmando que, embora o homem possa estar agindo por necessidade, o debate precisa incluir também o comportamento dos turistas.

“Ele pode estar ali fazendo isso simplesmente porque a barriga está doendo de fome. Mas cabe ao turista construir outras vias de fortalecimento econômico da comunidade”, pontuou.

A influenciadora também comentou sobre a reação de pessoas negras sem letramento racial, que, segundo ela, acabam reproduzindo discursos que enfraquecem a luta antirracista.

Vi comentários dizendo que a gente está se vitimizando. Uma dessas pessoas, no próprio perfil, dizia que pessoas negras precisam lutar duas vezes mais para alcançar os mesmos espaços. Eu fiquei bugada”, relatou.