A Micareta de Feira de Santana começa oficialmente nesta quinta-feira, 1º de maio, com o tema “Arte, Axé e Alegria”. A festa deste ano celebra os 40 anos da axé music e promete arrastar mais de dois milhões de foliões até o encerramento, no domingo (4), com um arrastão no dia seguinte, segunda-feira (5).
Bell Marques puxa o arrastão de abertura no Circuito Maneca Ferreira, localizado na Avenida Presidente Dutra, a partir das 15h. Ele será o primeiro de uma série de artistas que se apresentam ao longo dos quatro dias, incluindo nomes como Durval Lelys, Psirico, Claudia Leitte, Timbalada, Léo Santana, Olodum, Tomate, La Fúria, Mari Fernandez, Tayrone, Thiago Aquino e outros.
Uma festa nascida da resistência
A origem da Micareta de Feira de Santana está ligada à resistência. Em 1937, o Carnaval precisou ser cancelado por conta das fortes chuvas. Inconformados, o coletor Maneca Ferreira e o professor Antônio Garcia decidiram organizar uma nova folia, fora de época. No dia 27 de março daquele ano, nasceu a festa.
Inspirados em uma celebração francesa chamada Micareme, os idealizadores usaram o nome inicialmente, mas foi em um concurso que surgiu o termo definitivo: Micareta. A festa ocupava as ruas Direita (atual Conselheiro Franco) e Tertuliano Carneiro, além das praças da Bandeira e João Pedreira.
A primeira rainha da Micareta foi Eunira Boaventura, eleita com glamour digno de concursos de miss. Já o primeiro Rei Momo de Feira, escolhido por concurso, só apareceu em 1975: Hilquias Carvalho. Antes disso, o título era emprestado do Carnaval de Salvador, como o famoso Ferreirinha, motorista de táxi com 130 kg.
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Mudanças do circuito
Em 1954, o trio elétrico Patury, criado por Péricles Soledade e José Urbano Cerqueira, desfilou pela primeira vez na micareta, marcando o início de uma nova era na festa. Nas décadas seguintes, o circuito foi mudando: passou pela Avenida Senhor dos Passos, depois Getúlio Vargas, até se fixar na Presidente Dutra, onde permanece como o principal trajeto da folia.
Com o tempo, surgiram também os circuitos alternativos, como o Quilombola, na avenida João Durval Carneiro, e o Charles Albert, na Kalilândia, reforçando a diversidade cultural e popular da festa.
Quase oito décadas de história
Ao longo de 79 anos, a Micareta de Feira de Santana só deixou de acontecer cinco vezes. Duas delas por motivos históricos: a Segunda Guerra Mundial e o Golpe de Estado de 1964. Mais recentemente, a pandemia da Covid-19 interrompeu a festa em 2020, 2021 e 2022.
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