Entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano, Belém, capital do Pará, vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30. No entanto, autoridades brasileiras enfrentam um problema relacionado à hospedagem de delegações internacionais e até de participantes da sociedade em geral: os altos preços cobrados por hotéis, pousadas e até moradores da cidade que colocaram apartamentos e casas à disposição para aluguel.
A reportagem do PS Notícias fez uma pesquisa junto à plataforma Airbnb e constatou que há apartamentos e casas localizadas em áreas nobres de Belém cobrando mais de R$ 1 milhão de reais para hospedagem durante o período da COP30.
Top 10 no Airbnb
Na pesquisa, foi simulada hospedagem para ao menos um hóspede entre os dias 9 e 22 de novembro, compreendendo, assim, a duração do evento internacional. O período soma um total de 13 noites.
Veja o resumo das 10 ofertas com valores mais altos encontrados nesta sexta-feira (1º):
- R$1.044.406 – Casa em Belém com jardim e lago – 4 camas
- R$1.038.477 – Apartamento em Umarizal – Ilha do Palácio – 3 camas
- R$1.027.745 – Apartamento em Belém – 4 camas
- R$893.397 – Apartamento em Umarizal- Alto luxo – 5 camas
- R$890.119 – Apartamento em Batista Campos – 3 camas
- R$875.283 – Apartamento em Marco – 4 camas
- R$865.538 – Quarto privativo em Pedreira – 10 camas
- R$827.240 – Apartamento em Marco – 6 camas
- R$815.942 – Apartamento em Nazaré – 4 camas
- R$776.777 – Apartamento em Batista Campos – 6 camas
Mudança de local
Nesta sexta-feira (1º), o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, negou que exista a possibilidade de mudar o evento de lugar por causa dos altos valores cobrados na cidade de Belém. Em entrevista coletiva, Lago disse que o governo tem buscado garantir que todos os países, inclusive os mais pobres, consigam participar da COP30.
“Alguns países se manifestaram de maneira muito clara. Disseram que, com a diária de 143 dólares que recebem, precisam de quartos entre 50 e 70 dólares para poder participar”, detalhou o embaixador.
Ainda na conversa com jornalistas, o embaixador relatou que alguns países pediram a mudança do local da COP30. Ele admitiu que o problema não é a capacidade de hospedagem, mas os altos valores cobrados.
“Os hotéis estão botando preços tão altos que se tornaram referência. Esses valores estão sendo transferidos para os preços dos apartamentos também”, lembrou Lago. Assim, ele reforçou que o evento recebe, além de autoridades internacionais, observadores, ONGs, setor privado, cientistas e representantes da sociedade civil.